Irmão Paulo Petry fala sobre missão da CLAR no Haiti
Cidade
do Vaticano (RV) - Conversamos em nosso espaço de Missão com o Irmão Paulo Petry,
presidente da CLAR, a Confederação Latino-americana e Caribenha de Religiosos e Religiosas.
O religioso visitou recentemente a Rádio Vaticano e conversou conosco.
Como
o senhor encarou esta missão na CLAR?
Irmão Paulo: "É um grande desafio
ser e coordenar a CLAR que somos nós religiosos e religiosas de toda América Latina
e Caribe e dessa Confederação constituída por 22 conferências nacionais nós destacamos
a presença do Brasil através da CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil). Quando
assumi em nome da CRB, porque eu fui representando a CRB quando fui eleito, recebi
esse desafio, porém mais do que um desafio foi um ganho para a minha vida pessoal
conhecer toda a riqueza da vida religiosa na América Latina e Caribe. No Brasil eu
já conhecia um pouco, mas pouco a pouco perceber a riqueza dos carismas, da entrega
das pessoas da vontade de acertar e entregar-se e levar a Palavra de Deus para tantos
rincões e todas as partes desse nosso continente imenso. Ao mesmo tempo que é um ganho
pessoal é realmente um desafio poder trabalhar em grupo, com as diferentes congregações
e todos nós percebemos que trabalhamos dentro e a favor da mesma missão que recebemos
como consagrados. Por vezes, nós tínhamos essa noção de que cada congregação defende
um terreno, mas não é assim. É um único o Reino no qual nós nos engajamos e portanto
um grande desafio é a questão da intercongregacionalidade, ou seja, assumir uma missão
intercongregacional, e isso já tem dado bonitos resultados, não porque existe uma
presidência da Clar, mas porque os religiosos e religiosas estão tomando consciência
de que juntos podemos realizar um trabalho muito melhor."
O Haiti continua
enfrentando sérios problemas após o último terremoto e a cólera que afeta várias regiões
do país. Que trabalho a CLAR desempenha no Haiti?
Irmão Paulo: "Bem,
um dos programas, ou seja, o que nos ilumina nesse triênio 2009-2012, o lema que nos
anima é escutar Deus onde a vida clama e o Haiti é um dos lugares onde a vida clama
e muito, onde Deus clama através desse povo sofrido, seja pelo terremoto seja pela
história toda que tem vivido, as questões políticas de comando e tudo mais. Então,
nós estamos lá depois do terremoto. A vida religiosa na América Latina resolveu estender
a mão e ser presença lá. Papel de destaque cabe a CRB Nacional através de sua presidência
e destaco a presidente, Irmã Márian, que é entusiasta em estender a mão e enviar pessoas.
Ela conseguiu cativar e motivar diversas congregações. Atualmente, temos duas comunidades
do Brasil inter-congregacionais trabalhando em favor da vida no Haiti. São irmãs de
várias congregações trabalhando com as mulheres, oferecendo-lhes cursos, motivando-as
para a autoestima, trabalhando inclusive com a horta comunitária, que quando as irmãs
chegaram quase ninguém tinha nada plantado, etc. As irmãs brasileiras quando chegaram
começaram a cultivar a delas e o povo em volta nos acampamentos começou a fazer hortas
pequenas. Nós da CLAR tivemos este ano a nossa junta diretiva no Haiti. Foi decidido
na junta diretiva anterior que realizamos, em Brasília, que estaríamos lá em 2011,
realizando a nossa assembleia, a nossa junta diretiva no Haiti. Em abril deste ano,
realizamos essa nossa reunião para discutir nossa caminhada como religiosos na América
Latina e estendendo a mão ao Haiti não apenas a partir de informações de segundos
ou terceiros, ou de notícias que recebíamos, mas sim indo lá."