Assis: religiões mundiais renovam, juntas, compromisso pela paz
Assis (RV) – “Continuaremos unidos nesta viagem, no diálogo, na construção
cotidiana da paz e no nosso compromisso por um mundo melhor.” Palavras de Bento XVI
ao concluir na tarde desta quinta-feira a Jornada de Reflexão, Diálogo e Oração, em
Assis. No ato conclusivo desta Jornada, os representantes das religiões mundiais
renovaram, juntos, o compromisso pela paz. Juntos, cada um vestido com suas roupas
tradicionais, deram cor a um dia cinzento aqui em Assis, onde somente no final um
tímido sol apareceu. Um após o outro, os líderes se comprometem a jamais se resignar
às guerras e a respeitar a Regra de ouro: "Faça ao outro o que gostaria que fosse
feito a você". Bento XVI repetiu exatamente o apelo feito por João Paulo II, no encontro
de 25 anos atrás: "Nunca mais a violência! Nunca mais a guerra! Nunca mais o terrorismo!". "O
evento de hoje é uma imagem de como a dimensão espiritual é um elemento chave na construção
da paz", disse ainda o Papa. "De coração agradeço a todos vocês aqui presentes por
terem aceito o meu convite a vir a Assis como peregrinos da verdade e da paz e saúdo
cada um de vocês com as palavras de São Francisco: 'O Senhor lhe dê a paz'", acrescentou. Depois
da conclusão do Santo Padre, seguiu um momento de silêncio, após o qual alguns jovens
entregaram aos participantes uma lâmpada, a luz de S. Francisco. Houve a troca de
uma saudação de paz e, durante o canto final, Bento XVI e os chefes das delegações
entraram na Basílica inferior de S. Francisco, para visitar, em silêncio, o túmulo
do Santo. E assim se concluiu esta histórica Jornada, a primeira liderada por Bento
XVI. Jornada marcada por momentos emocionantes, como foi a projeção de um vídeo para
recordar o encontro de 1986, antes dos testemunhos na Basílica de Santa Maria dos
Anjos. Através de imagens, foi possível reviver como estava o mundo 25 anos atrás,
certamente não muito diferente de como se apresenta hoje. Caiu o Muro de Berlim, mas
outro foi construído, entre israelenses e palestinos. Há sempre algo que nos divide.
Às imagens, se intercalavam os apelos preementes pela paz de João Paulo II feitos
até o final do seu Pontificado, sempre pontuais a cada conflito, a cada guerra, a
cada tensão, e nem sempre ouvidos. Ao final da tarde, Bento XVI e os chefes das
delegações foram até a estação ferroviária da cidade, de onde regressam a Roma a bordo
do mesmo trem que os trouxe a Assis. Sexta-feira, eles serão recebidos pelo Pontifíce
na Sala Paulo VI, no Vaticano. De Assis para a Rádio Vaticano, Bianca Fraccalvieri