São José do Rio Preto (RV) - Olhando para a história de vida de cada pessoa,
sem levar em conta as atitudes de fraqueza, daquilo que é próprio da condição humana,
encontramos muitas coisas boas que foram realizadas. São as ações de serviços prestados
ao próximo que causam gratuidade.
Quem não serve não ganha. É condição do Reino
de Deus. Quem serve é amado pelo Senhor, porque realiza aquilo que identifica o “ser
de Deus”, o serviço para fazer o bem. Questão de testemunho, e aí passa o anúncio
da Palavra e do Projeto de Deus.
Falo de serviço à Palavra, diante da qual
não podemos ficar acomodados. Ela é a voz que defende a vida, que toca nas realidades
do cotidiano, provoca dignidade, incentiva a esperança e não se conforma com injustiças
e exploração do próximo.
Numa cultura eminentemente capitalista, onde a preocupação
maior é o lucro e os interesses pessoais, a Palavra de Deus tem muito a dizer. Ela
não pode ser adulterada, adequando-a àquilo que não favorece a realização do bem comum. A
Palavra liberta e gratifica a quem serve, a quem acolhe os pequeninos e desprotegidos.
Ela chega a confundir e dispersar os grandes e egoístas deste mundo. Não podemos ser
falsos e incoerentes diante dela e coniventes com as situações de injustiças.
Toda
autoridade tem uma palavra de peso. E isto pode ser de opressão e não de liberdade
e vida digna. Pode ser de amarrar fardos pesados e colocá-los nos ombros dos outros.
A Palavra de Deus denuncia essas práticas que causam sofrimento.
Sendo autoridade
ou súdito, as condições cristãs são as mesmas. É neste contexto que podemos dizer
que, quem serve ganha. É colocar as condições reais da vida a serviço do próximo,
que também é pessoa humana.
O valor absoluto, no dizer de Jesus, é a fraternidade,
daquele que se põe a serviço: “O maior de vocês deve ser aquele que serve a vocês”.
A grandeza da pessoa está na doação que ela faz para libertar o povo dos fardos que
o pesam.
Dom Paulo Mendes Peixoto Bispo de São José do Rio Preto