Cardeal Kurt Koch: "Ecumenismo é prioridade deste Pontificado"
Cidade do Vaticano (RV) - O ecumenismo é "absolutamente" uma prioridade deste
Pontificado. "O Papa o reiterou desde o dia da sua eleição. De fato, pode-se dizer
que o Santo Padre exerce, desde então até hoje, um primado ecumênico."
Foi
o que reiterou o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos
Cristãos, Cardeal Kurt Koch, numa longa entrevista concedida ao diário francês "La
Croix", na vigília do encontro de Assis 2011 (próxima quinta-feira, dia 27), entrevista
reproduzida pela agência católica Sir.
De fato, o purpurado fala de
um "primado ecumênico" do Papa no "diálogo do amor e no diálogo da verdade", e isso
é testemunhado pelo fato de "numerosos protestantes, anglicanos, ortodoxos desejarem
encontrá-lo, falar e aprofundar a sua relação com ele" – ressalta.
"O Papa
deseja um aprofundamento espiritual do ecumenismo e não uma negociação de tipo contratual,
como se faz nos negócios" – acrescenta.
O purpurado detém-se sobre algumas
questões ecumênicas. Em relação ao diálogo com as Igrejas ortodoxas, o Cardeal Koch
observou que "a diversidade no seio das Igrejas ortodoxas representa, por vezes, uma
dificuldade para o progresso do diálogo".
"Eis o motivo – explica - pelo qual
olhamos com muita atenção para a perspectiva de um futuro Sínodo pan-ortodoxo. Esse
evento é desejável, vez que reforçaria uma sinodalidade prática e realista entre as
Igrejas ortodoxas."
Em relação a um possível encontro entre o Papa e o Patriarca
de Moscou e de todas as Rússias, o cardeal disse: "pessoalmente, parece-me que a situação
entre Moscou e Roma jamais tenha tão boa como hoje, no que tange à relação pessoal
entre o Papa e o Patriarca. Eu mesmo disse a este último que, a meu ver, tal encontro
seria um sinal da providência".
Por fim, o Presidente do Pontifício Conselho
para a Promoção da Unidade dos Cristãos falou do encontro de Assis: "Todas as Igrejas,
todas as religiões e os agnósticos concordarão em dizer que a irmã das religiões não
é a violência, mas a paz. Bem sabendo que se trata de um Dia de reflexão e de oração,
e não de uma oração comum". (RL)