2011-10-24 18:19:03

Anistia Internacional: armas do ocidente alimentam conflitos na África e no Oriente Médio


Roma (RV) – Publicado recentemente um relatório da Anistia Internacional sobre as transferências de armas para o Oriente Médio e para o norte da África. Estado Unidos, Rússia e outros países europeus forneceram grandes quantidades de armas a governos repressivos dessas regiões antes das revoltas deste ano.

O relatório intitula-se “Transferência de armas ao Oriente Médio e ao norte da África: as lições para um tratado eficaz sobre o comércio de armas”, e analisa as exportações para Bahrein, Egito, Líbia, Síria e Iêmen desde 2005.

Para a principal pesquisadora desse documento, Helen Hughes, “as conclusões põe em evidência a profunda falência dos atuais controles sobre as exportações de armas, com todas os subterfúgios existentes, portanto, fazendo luz sobre a necessidade de um tratado eficaz sobre o comércio de armas que leve em plena consideração a necessidade de se defender os Direitos Humanos”.

“Os governos que agora afirmam estarem do lado da população dos países do Oriente Médio e do norte da África são os mesmo que, até pouco tempo atrás, forneceram armas, projéteis e equipamentos militares, todos usados para ferir e matar arbitrariamente milhares de manifestantes pacíficos em países como a Tunísia e o Egito e, até hoje, utilizados pelas forças de segurança da Síria e do Iêmen”, denunciou ainda.

Os principais fornecedores de armas aos países analisados no relatório são Áustria, Bélgica, Bulgária, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, República Tcheca, Rússia e Estados Unidos.

O relatório também menciona 11 países que forneceram assistência militar e autorizaram exportações de armas, munições e equipamento relacionado ao Iêmen, onde, este ano, perderam a vida 200 manifestantes. Entre esses países estão: Bulgária, Alemanha, Itália, Reino Unido, República Tcheca, Rússia, Estados Unidos, Turquia e Ucrânia). Apresentar da contínua e brutal repressão, a comunidade internacional tomou ações incisivas para interromper as transferências de armas ao Iêmen.

Obter informações sobre a Síria foi mais difícil, já que, oficialmente, poucos países referem transferências ao governo de Damasco. Porém é notório que o principal fornecedor é a Rússia, que destina ao país cerca de 10% de todas as suas exportações. E, visto que o governo russo não publica relatório anual sobre as suas exportações de armas, a sua contribuição às transferências de arma na região não pode ser quantificado.

A Anistia Internacional indica ainda que a Índia autorizou o fornecimento de veículos blindados à Síria, enquanto a França vendeu munições ao país entre 2005 e 2009. A Organização ainda identificou dez Estados cujos governos autorizaram o fornecimento de armamentos, munições e equipamentos ao regime líbio de Kadhafi desde 2005. Entre os dez estão Bélgica, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Rússia e Espanha. Durante o conflito na Líbia, as forças de Kadhafi cometeram crimes de guerra e violações de direitos humanos que poderão vir a ser julgados crimes contra a humanidade.

O relatório tem 74 páginas, ao longo das quais países e suas ações, bem como as consequências para terceiros, são descritas e quantificadas. (ED)








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