Nas devastantes lacerações das guerras, muitas vezes se ultraja a dignidade humana.
Há que percorrer o caminho da reconciliação e do perdão: Bento XVI aos Ordinários
Militares
(22/10/2011) Bento XVI recebeu neste sábado de manhã os participantes no VI Congresso
Internacional dos Ordinariados Militares, que decorreu em Roma nos últimos dias. Um
acontecimento que assinalava os 25 anos da Constituição Apostólica “Spirituali militum
curae”, de João Paulo II. Nas palavras que lhes dirigiu, Bento XVI congratulou-se
pelo facto de, nestes vinte e cinco anos, os Ordinariatos militares terem vindo a
“adquirir, em geral, um estilo de vida cada vez mais evangélico, adequando as estruturas
pastorais às urgentes exigências da nova evangelização”. O Papa insistiu sobre
a formação humana e espiritual dos militares, que precisa de ser sólida, pois “na
vida de um militar, a dimensão religiosa tem um sentido muito especial”. “A vida
militar de um cristãos há-de ser posta em relação com o primeiro e maior dos mandamentos,
o do amor de Deus e ao próximo, pois o militar cristão está chamado a realizar uma
síntese como é possível ser-se militar por amor, realizando o ministerium pacis inter
arma (ministério da paz no serviço militar)”.
Referindo a relação entre
o direito humanitário e os Capelães militares, o Papa recomendou a colaboração entre
as organizações humanitárias e os responsáveis religiosos, visando “aliviar as asperezas
dos conflitos”: “Estão perante os olhos de todos o facto de que, nas devastantes
lacerações produzidas pelas guerras, se ultraja tantas vezes a dignidade humana e
se põe em causa a paz. A dinâmica do direito não pode restabelecer por si só o equilíbrio
quebrado. Há que percorrer o caminho da reconciliação e do perdão”. “A verdadeira
paz é fruto da justiça, e os ordinários militares têm um papel fundamental a desempenhar
para uma renovação dos corações” – concluiu o Papa.