Trípoli (RV) - O anúncio do Conselho de Transição da Líbia (CNT) de que Muammar
Kadafi estava morto causou euforia em muitas áreas do país. Sirenes e buzinas tocaram
em festa em Trípoli. “É o fim de um pesadelo. As pessoas exultam pelas ruas e atiram
ao alto” – relata, por telefone, o Padre Alan Archebuche, diretor da Caritas Líbia,
antes da confirmação oficial da morte do líder.
“A situação poderá ser normalizada
e uma nova vida começará com o o estabelecimento de um governo democrático, o que
não seria possível sem a captura de Kadafi”.
O sacerdote continua dizendo que
agora há muitas esperanças entre os católicos. Estão todos em casa diante da TV, tentando
entender as consequências deste evento.
Sobre o futuro da Líbia e a nova cúpula
do CNT, Padre Archebuche está confiante, e refere à agência italiana SIR: “Acho que
poderão fazer a diferença em relação ao velho regime e mostrar um novo rosto da Líbia,
transformando-a num país democrático e livre. Estou muito contente – conclui – agora,
esperamos poder começar uma nova vida”.
Em março passado, a Santa Sé marcou
presença na conferência internacional sobre a Líbia, em Londres, pouco depois de uma
coligação internacional ter iniciado ataques contra alvos estratégicos das forças
leais a Muammar Kadafi, procurando travar a repressão militar da revolta lançada contra
o regime.
Dias antes, no Vaticano, Bento XVI pediu o “início imediato de um
diálogo para suspender o uso das armas”, e assegurou suas preces pelo “retorno à concórdia
na Líbia e em toda a região do norte de África”.
“Nos momentos de maior tensão,
torna-se mais urgente a exigência de recorrer a todos os meios de que a ação diplomática
dispõe, apoiando inclusive os menores sinais de abertura e de desejo de reconciliação
entre as partes envolvidas na busca de soluções pacíficas e duradouras” - disse então
Bento XVI. (CM)