Cidade do Vaticano (RV) - "O mundo precisa de paz." Com este espírito, mais
de 200 líderes religiosos de todo o mundo participarão em Assis, a convite de Bento
XVI, de uma Jornada de reflexão, diálogo e oração pela paz e a justiça no mundo.
Na
apresentação ontem dessa Jornada na Sala de Imprensa da Santa Sé, o Presidente do
Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, ressaltou
que se trata, sobretudo, de uma peregrinação: "Peregrinação implica purificação, ascese,
um empenho assumido de forma comunitária". Não é um acaso, afirmou, que o tema escolhido
por Bento XVI para esse evento seja "Peregrinos da verdade, Peregrinos da paz".
Para
o Cardeal, é preciso reiterar o "não" a qualquer instrumentalização da religião: "A
violência entre religiões é um escândalo que desnatura a verdadeira identidade da
religião, ofusca a face de Deus e afasta da fé. Trata-se ainda de reafirmar o princípio
de que a paz necessita da verdade. "A busca da verdade é condição para abater o fanatismo
e o fundamentalismo, para os quais a paz se obtém com a imposição aos outros das próprias
convicções."
Para a construção de um mundo melhor, acrescentou o Cardeal, é
necessário o empenho de todos os homens de boa vontade, não somente dos homens de
fé. Por isso, este encontro em Assis "quer ser um sonho que continua e se torna sempre
mais realidade: um com o outro, e não mais um contra o outro; todos os povos em marcha
de diversos pontos da Terra, para unirem-se numa única família".
Trinta e
uma delegações cristãs, diversos representantes da comunidade judaica, 176 expoentes
de diferentes tradições religiosas e quatro agnósticos, num total de 50 países representados:
estes são alguns números dessa Jornada de reflexão, que se realizará em Assis na quinta-feira,
27 de outubro, 25 anos depois do primeiro encontro convocado por João Paulo II. (BF)