2011-10-15 11:27:37

Editorial: Em busca do silêncio e da oração


Cidade do Vaticano (RV) - No próximo dia 27 de outubro vamos viver mais um momento histórico no seio da Igreja católica e do diálogo inter-religioso; um diálogo que se transforma em silêncio e oração. O Papa Bento XVI, de trem, deixa o Vaticano e vai até a cidade do pobrezinho de Assis para recordar os 25 anos do primeiro encontro de oração convocado por João Paulo II. Um jubileu que certamente não poderia ser deixado de lado. Celebra-se o jubileu de um evento que desde o início provocou alegrias, mas também preocupações.
De fato, já o primeiro encontro de 1986 recebeu críticas com o temor de que o mesmo pudesse abrir o caminho para o indiferentismo e o relativismo religioso. Temor que depois se dissipou porque o evento passou para a história como um momento significativo no qual a oração e o silencio tiveram mais eco do que as palavras contrastantes.
A decisão de Bento XVI de ir a Assis para recordar aquele primeiro encontro é uma consequência lógica da linha de ação que Josef Ratzinger sempre teve, desde a sua eleição à Cátedra de Pedro, sobre as relações com as demais religiões, ou seja, uma relação amigável e ao mesmo tempo – como referiu em um artigo no L’Osservatore Romano, o seu diretor Giovanni Vian, “de insistência sobre a necessidade de assegurar a todos a oportunidade de ser o que são”.
Seguindo esse pensamento podemos afirmar sem sombra de dúvida que o encontro de Assis é um evento simbólico do grande desejo de diálogo “aberto e honesto” com outras culturas e religiões, que está no coração do Papa.
Bento XVI não se cansa de falar que devemos buscar a via da reconciliação e aprender a viver respeitando cada um a identidade do outro. Por isso, o Santo Padre cada vez mais reafirma a necessidade da defesa da liberdade religiosa, um imperativo dentro da sociedade atual que vê em certos contextos culturais a negação dos direitos das minorias.
Certamente a oração em comum com outras confissões pode gerar qualquer confusão e diluir as diferentes identidades. Mas tudo depende de como é concebido e apresentado. Se agora Bento XVI celebra os 25 anos do primeiro encontro de Assis certamente o faz porque tudo ao longo desse tempo ocorreu de maneira certa.
Assis, cidade da paz e da oração certamente irá ensinar mais uma vez aos céticos e temerosos que é também um esplêndido sinal de esperança. Assis não é um afirmar uma igualdade entre as religiões, mas sim uma expressão de um caminho e de uma busca pela paz. (Silvonei José) RealAudioMP3








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