Egito: apelo do Papa não pode cair no vazio

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Bento XVI recebeu esta manhã, no Vaticano, o Patriarca de Jerusalém dos Latinos, Dom Fouad Twal.

O Patriarca está presente em Roma participando da reunião da Conferência dos Bispos Latinos das Regiões Árabes (Celra), que se encerra esta quinta-feira. Um dos temas em debate é a situação dos coptas no Egito.

A propósito, Dom Camillo Ballin, que atualmente trabalha no Kuwait, expressou gratidão pelo apelo feito esta quarta-feira, na Audiência Geral, pelo Papa Bento XVI: "Trata-se de um apelo que vai na justa direção e que é preciso difundir e apoiar o mais possível".

Os cristãos, acrescentou o Bispo, não têm medo. "No Egito, assim como em outros países, como Iraque, Síria e Iêmen, os cristãos vivem sob um clima de contínua tensão. Nosso povo está exposto à violência e falta proteção", denunciou.

Os bispos da Celra pedem que todos os católicos rezem pela paz, mas também que se envolvam mais para ajudar concretamente os cristãos no Oriente Médio.

Já a embaixadora egípcia junto à Santa Sé, Lamia Mekhemar, garantiu que o apelo feito ontem por Bento XVI por uma tutela maior das minorias no Egito certamente será acolhido. Mekhemar disse que ontem se reuniu com autoridades vaticanas, que lhe expressaram a preocupação do Papa pela situação da minoria cristã no país.

Sobre o confronto de domingo passado no Cairo, em que dezenas de coptas morreram, a embaixadora disse que na manifestação havia seja muçulmanos, seja cristãos, e ambos foram assassinados. "Certamente, acrescentou, os cristãos foram mais penalizados, mas muitos muçulmanos protestavam para defender os direitos dos cristãos." A diplomata explicou que o problema está na aplicação da lei, pois esta prevê igualdade de direitos. (BF)