2011-10-11 11:56:25

Paquistão: cristãos pedem justiça


Roma, 11 out (RV) - “Sim” à justiça e à legalidade; “não” à pena de morte, também para um assassino como Mumtaz Qadri, que assassinou o governador do Punjab Salman Taseer e se tornou para os grupos radicais islâmicos “herói da blasfêmia”. É quanto pedem os cristãos no Paquistão que, como referido à agência Fides por várias fontes no Paquistão, iniciaram um debare público, nos jornais e sitos web, para reafirmar que são contrários à pena capital para Qadri.

Enquanto os grupos integralistas continuam a pedir a sua libertação elogiando-o “por ter matado um blasfemo”, os cristãos sublinham o seu “não” à pena de morte. “Ninguém toque Caim”, é o princípio aplicado pelos fiéis paquistaneses que, nesta circunstância, testemunham a defesa da vida e a sua sacralidade, ainda que se trate da vida de um assassino réu confesso.

Os cristãos pedem justiça e legalidade, apóiam a ação da magistratura, mas recordam que “somente Deus que é o autor da vida, pode dá-la e tirá-la”. Em um colóquio com a agência Fides, o Rev. Alvin Samuel, pastor protestante e jurista do “Center for Legal Aid, Assistance and Settlement”, organização com sede em Londres e Lahore, que oferece assistência legal aos cristãos paquistaneses explica: “Pedimos que a pena de morte não seja aplicada nem mesmo a Qadri. Dizemos aos muçulmanos: vamos trabalhar juntos pela legalidade no Paquistão. Esperamos que esta abordagem possa favorecer o diálogo e trazer harmonia à sociedade. Qadri – explica o Rev. Samuel – tem o direito de apelação e de buscar as vias legais, mas todos devem respeitar as decisões do Tribunal. Os grupos extremistas, com a sua campanha, não estão ajudando o país. O caso Qadri está ligado à condição das minorias e ao delicado problema da lei sobre a blasfêmia, cujos abusos traz problemas para toda a nação. O governo deveria fazer mais para criar uma atmosfera de diálogo e de respeito entre as diversas comunidades religiosas”.

Entre 1927 e 1986, recorda o Rev. Samuel, registram-se somente 7 casos de blasfêmia. De 1986 até hoje – quando foi modificado o Código Penal pelo ditador Zia Hul Aq – foram registrados mais de 4 mil casos. Entre 1988 e 2005 as autoridades paquistanesas acusaram oficialmente 647 pessoas de blasfêmia. Mais de 30 pessoas foram assassinadas por presumíveis blasfêmias enquanto hoje Asia Bibi, uma mulher cristã, se encontra na prisão por causa de uma injusta condenação à morte por blasfêmia. (SP)








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