2011-10-08 12:39:11

Na sequência do apelo do Papa, organismos católicos de ajuda humanitária anunciam 60 milhões de ajudas ao Corno de África e pedem maior mobilização mundial


Como referiu o próprio Bento XVI, quarta-feira passada, na audiência geral, no contexto do apelo que lançou à comunidade internacional, realizou-se nestes dias no Vaticano um encontro das organizações humanitárias da Igreja Católica, para fazer o ponto da situação sobre a urgentíssima ajuda aos países do Corno de África (Somália, Etiópia, Quénia e Djibuti). Na sequência dessa reunião, teve lugar sexta-feira uma conferência de imprensa, em que o secretário geral da Caritas Internationalis, Michel Roy, anunciou que as diversas organizações católicas assegurarão 60 milhões de euros em ajudas de emergência, a esta zona do noroeste da África, para responder à fome e à seca que ameaçam 13 milhões de pessoas, naquela que constitui a seca mais grave das últimas décadas.

Pela primeira vez o Conselho Pontifício «Cor Unum» (organismo da Santa Sé responsável pela coordenação da ação humanitária e solidária da Igreja) apelou a uma recolha comum de fundos das principais organizações caritativas cristãs. As prioridades da ajuda humanitária, neste momento, são a alimentação, em especial para as crianças, a água potável, tendas e medicamentos. Os responsáveis católicos advertiram que as ajudas da comunidade internacional “não são suficientes” e é de prever que a situação piore, caso não chova em outubro.

O cardeal Robert Sarah, presidente do Conselho Pontifício “Cor Unum”, afirmou que a Igreja “vai continuar a cumprir a sua missão” e procura a “colaboração das outras comunidades cristãs para a resolução do drama humano que está a ter lugar”.
Nesse sentido, foi estabelecida uma parceria com a Igreja Anglicana para ajudar “milhões de pessoas que vagueiam, na luta pela sobrevivência, e que amanhã se tornarão refugiados, clandestinos, apátridas, gente que não tem casa, trabalho, comunidade”. “Corremos o risco de perder uma geração inteira”, alertou o prelado africano.
O cardeal Sarah considerou que, após esta fase de emergência, será necessário apostar na formação das novas gerações, deixando o apelo de se construir “uma escola em cada aldeia”.

Presente na conferência de imprensa, o administrador apostólico de Mogadíscio, Somália, D. Giorgio Bertin, que pediu uma resposta “imediata” e “olhos abertos para o futuro” para evitar “aquilo que se pode evitar”. O prelado alertou, em particular, para a situação na Somália, considerando que “se as imagens mais dramáticas” chegam desse país isso se deve “não só à seca, mas também porque falta uma autoridade, falta o Estado”.
A concluir, o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, padre Lombardi, pediu aos jornalistas uma transmissão da “real dimensão dos problemas”.

Recordamos que Bento XVI lançou quarta-feira mais um apelo à comunidade internacional para que envie "ajudas concretas" aos milhões de pessoas que passam fome na região do Corno de África.








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