VISITA AD LIMINA DOS BISPOS DOS REGIONAIS SUL 3 E 4 DA CNBB
Cidade do Vaticano,
05 out (RV) - Em nosso espaço de Memória Histórica de hoje, vamos fazer um passeio
pelo Vaticano e recordar a visita ad Limina dos Bispos dos Regionais Sul 3 e 4 da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O Papa recebeu os bispos
do Rio Grande do Sul e Santa Catarina na Sala do Consistório, no Vaticano, em 5 de
dezembro de 2009. Naquela época, Dom Murilo Krieger era Arcebispo de Florianópolis
e presidente do Regional Sul 4. Em seu discurso proferido ao Papa, Dom Murilo destacou
três pontos importantes:
Santo Padre,
Deixamos nossas Igrejas Particulares
e viemos a Roma para ser confirmados pelo sucessor de Pedro em nossa missão (cf. Lc
22,32). Procuraremos responder a três perguntas que, segundo pensamos, estão em seu
coração.
Quem somos? Somos os Bispos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul
e nesses dois Estados há 28 Dioceses. Nossa região tem uma natureza privilegiada e
ali mora um povo de ricas tradições culturais e religiosas. Dos portugueses açorianos,
que para lá foram no século dezoito, e dos alemães, italianos, poloneses, ucranianos
e austríacos, que imigraram nos séculos dezenove e vinte, herdamos, sobretudo, a fé.
Nossas terras foram regadas com o sangue de mártires – alguns deles, elevados às honras
dos altares: Pe. Roque Gonzales de Santa Cruz, Pe. Afonso Rodrigues e Pe. João de
Castilho, canonizados em 1988; Pe. Manuel Gómez Gonzáles e o Coroinha Adílio Daronch,
beatificados em 2007; e Albertina Berkenbrock, beatificada também em 2007. Uma santa,
canonizada em 2002, hoje muito conhecida no Brasil, Santa Paulina do Coração Agonizante
de Jesus, andou por nossas estradas, atendeu a nossos doentes e foi catequista de
muitas crianças. Nossas comunidades deram à Igreja um considerável número de bispos,
sacerdotes, diáconos permanentes, religiosos e religiosas. Nossos leigos – uma multidão!
– nos edificam com sua disponibilidade e generosidade. Pastores das ovelhinhas que
o Bom Pastor nos confia, não conseguimos realizar todos os nossos sonhos. Anima-nos,
contudo, a certeza de que o Senhor vem ao encontro de nossas limitações. Sabemos,
também, que sua graça é poderosa, capaz de transformar e enriquecer o coração de nosso
povo.
O que trazemos? Trazemos, Santo Padre, o desejo de expressar-lhe nossa
unidade, nossa obediência e disponibilidade. Em nosso dia a dia, nos trabalhos no
Reino de Deus, suportamos com amor o peso do dia e do calor ardente (cf. Mt 20,12).
Num mundo marcado pelo relativismo e individualismo, nossos desafios se multiplicam.
Por isso, trazemos o desejo de, com o sucessor de Pedro, rezar por nossas famílias,
comunidades de vida e de amor; por nossos jovens que, como Vossa Santidade nos lembrou
em sua Visita ao Brasil, são "o presente jovem da Igreja e da humanidade" (Encontro
com os Jovens no Pacaembu, 10.05.2007); por nossas crianças, que são o maior patrimônio
de nossas dioceses; e por nossos doentes, sobre os quais pousa o olhar carinhoso de
Cristo.
O que esperamos levar? Nossas Igrejas Particulares nos acompanham nesta
visita, com suas orações, e esperam receber vossa bênção de pai. Esperamos levar-lhes
vossa palavra amiga e orientadora, sabendo, de antemão, que, nesses encontros com
os regionais do Brasil, cada mensagem que Vossa Santidade transmite é dirigida a todos
os brasileiros. Esperamos levar um coração renovado, para realizar com alegria, cada
dia, a grande tarefa da Igreja, "de custodiar e alimentar a fé do Povo de Deus" (Bento
XVI, Abertura da Conferência de Aparecida, 13.05.09). Esperamos, sobretudo, levar
a presença de Cristo, que se torna realidade neste nosso encontro. Para isso, contamos
com a intercessão da Mãe de Jesus, invocada em nosso país com o título de Nossa Senhora
Aparecida.