D. Francisco Silota, presidente da Caritas Africa, fala do presente e futuro deste
organismo da Igreja (Dulce Araújo, enviada da RV)
(De Lomé, Dulce Araújo) Concluiu-se, no passado dia 7, na capital togolesa o primeiro
encontro do novo corpo directivo da Cáritas África, designado Comissão Regional Cáritas-África,
pois que a África constitui uma das regiões em que a Cáritas internacional está dividida.
Composta de um presidente – D. Francisco João Sílota – e de sete coordenadores
de zona, um por cada uma das regiões que compõem o Simpósio das Conferências Episcopais
da África (SCEAM), a Comissão debrou-se ao longo de quatro dias sobre a elaboração
das linhas estratégicas de acção para os quatro anos do seu mandato. Um programa tendente
a dar resposta às situações de emergência em África, como fome, catástrofes, etc.,
mas sobretudo a combater a pobreza. Uma utopia, se considerarmos que, como diz a
Bíblia, os pobres existirão sempre. D. Francisco Sílota…. A ambição maior
do bispo de Chimoio é fazer com que os pobres sejam os protagonistas do seu próprio
desenvolvimento… Como fazer isso num mandato de apenas quatro anos, embora renovável?
Uma acção que
requer, antes de mais, afirma D. Francisco, uma análise aprofundada das causas da
pobreza, algo que ele e os sete coordenadores de zona vão fazer com o auxilio de peritos
sociais e em teologia moral… Embora a marca
que D. Francisco quer impor a este seu mandato à frente da Cáritas-África seja levar
o pobre a encontrar o caminho para se libertar por si próprio da pobreza, a questão
da emergência foi amplamente debatida na reunião de Lomé. Eis a razão disso... Enquanto organismo
da Igreja a Cáritas tem de conciliar as suas acções para o desenvolvimento a diversos
níveis: paroquial, diocesano, nacional, continental, internacional. Um exercício complexo
que se por um lado constitui uma força para a Cáritas, por outro complica o trabalho.
E para a Cáritas-África,
a questão da harmonização começa pelo entrosamento com o SCEAM e o seu departamento
"Reconciliação, Justiça e Paz", onde a Cáritas gostaria de ter um representante… Ainda
D. Francisco João Silota… Para conseguir
dar algum passo positivo na erradicação da pobreza, para além das suas acções directas
junto das populações, a Cáritas-África terá de agir de algum modo junto dos decisores
políticos, sobretudo no que toca à sensibilização ética para a boa governação. Um
aspecto que requer a sua presença também junto da União Africana, onde o SCEAM tem
vindo a negociar um lugar permanente como observador…