PASTOR IRANIANO CONDENADO À MORTE

Teerã, 04 out (RV) - Enquanto o mundo aguarda com expectativa a resolução do caso do Pastor cristão iraniano Yousef Nadarkhani - condenado à morte por apostasia -, os fiéis iranianos são obrigados a fugir do país para poder professar livremente sua religião. Conforme relatado à agência Fides pela ONG “Christian Solidarity Worldwide” (CSW), que monitora os direitos dos cristãos no mundo, onze cristãos iranianos fugiram do Irã por causa da perseguição contra as comunidades cristãs evangélicas; eles receberam ameaças de morte através de e-mails.

Os remetentes da mensagem, que assinaram como “Soldados desconhecidos do Imã Escondido”, pedem a eles que se arrependam, caso contrário, “serão eliminados sem piedade”. De acordo com fontes da Fides, os “Soldados desconhecidos” são acusados de terem ligações com os serviços secretos iranianos. Segundo o Rev. Yeghnazar Samuel, que participou do movimento igreja doméstica no Irã, “a ameaça deve ser levada a sério”.

Enquanto isso, em Rashat, o Tribunal local – para o qual o Supremo Tribunal remeteu o processo – deve pronunciar um veredicto sobre o caso do Pastor Nadarkhani. Segundo fontes cristãs no Irã, o destino do pastor está nas mãos de um líder religioso local, o Aiatolá Ghorbani. Os cristãos temem que ao Pastor possam ser atribuídas falsas acusações (tais como estupro ou conspiração contra o governo) para justificar uma sentença definitiva de morte.

Nos últimos 11 meses, pelo menos 137 cristãos foram detidos de forma arbitrária e cerca de 40 foram mantidos na prisão por várias semanas. As ameaças à vida dos cristãos no Irã, disse o Pastor Yeghnazar, mostram “a absoluta hipocrisia de um governo que afirma dar aos fiéis plena liberdade religiosa”. Além disso, de acordo com a CSW, “é vital que os países que acolhem os refugiados iranianos e aqueles que solicitam asilo, garantam a eles uma adequada proteção”.

De fato, na Austrália, os cristãos iranianos que pedem asilo são rotulados como “problemáticos” por funcionários da imigração, que negaram o visto de entrada. O número de iranianos que pedem asilo à Austrália foi de 197 em 2009-2010 e 1.549 em 2011. Somente 27% dos vistos solicitados foram concedidos. (SP)