ANGELUS: PAPA DESTACA A GRANDE RESPONSABILIDADE DE QUEM É CHAMADO A TRABALHAR
NA VINHA DO SENHOR
Cidade do Vaticano, 02 out (RV) - Bento XVI assomou ao meio-dia deste domingo
à janela de seus aposentos – que dá para a Praça São Pedro – para rezar o Angelus
com milhares de fiéis e peregrinos.
Deus tem um projeto para o homem, mas muitas
vezes a resposta do homem é infiel: foi a advertência do Santo Padre, que na alocução
que precede à oração mariana – atendo-se ao Evangelho deste domingo – se deteve sobre
os vinhateiros.
O Pontífice exortou os fiéis a permanecerem unidos a Cristo
como os ramos à planta. Recordou a figura de Irmã Antonia Maria Verna, Beatificada
na tarde deste domingo, e saudou os participantes do Congresso Mundial da Divina Misericórdia,
em andamento em Cracóvia, na Polônia.
Falando em francês, convidou os professores
a ensinarem a seus alunos o amor pela verdade. "O Reino de Deus vos será tirado
e confiado a um povo que produza seus frutos": na alocução que precedeu a oração mariana,
o Papa citou uma passagem do Evangelho deste domingo (Mt 21,33-43), centralizado
na parábola dos vinhateiros infiéis.
Essa severa advertência dirigida por Jesus
aos chefes dos sacerdotes – ressaltou – leva a "pensar na grande responsabilidade
de quem, em todos os tempos, é chamado a trabalhar na vinha do Senhor, especialmente
com um papel de autoridade".
Jesus – explicou o Santo Padre – é "a pedra que
os construtores rejeitaram", "porque julgado inimigo da lei e perigoso para a ordem
pública":
"Mas Ele mesmo, rejeitado e crucificado, ressuscitou, tornando-se
a "pedra angular" sobre a qual os fundamentos de toda existência humana e do mundo
inteiro podem se apoiar com absoluta segurança."
Eis, portanto, de qual verdade
fala a parábola: o proprietário da vinha representa Deus mesmo, "enquanto a vinha
simboliza o seu povo, bem como a vida que Ele nos dá" a fim de que "trabalhemos em
favor do bem":
"Deus tem um projeto para os seus amigos, mas, infelizmente,
a resposta do homem é, muitas vezes, orientada à infidelidade, que se traduz em rejeição.
O orgulho e o egoísmo impedem de reconhecer e de acolher até mesmo o dom mais precioso
de Deus: o seu Filho unigênito."
"Deus entrega a si mesmo em nossas mãos, aceita
fazer-se mistério insondável de fragilidade e manifesta a sua onipotência na fidelidade
a um desígnio de amor que, no final, prevê, porém, também a justa punição para os
malvados" – prosseguiu o Pontífice. Daí, uma forte exortação do Papa aos fiéis de
hoje:
"Firmemente ancorados na fé à pedra angular que é Cristo, permaneçamos
n'Ele como o ramo que não pode dar fruto por si mesmo se não permanece na planta.
Somente n'Ele, para Ele e com Ele se edifica a Igreja, povo da nova Aliança."
"O
Senhor está sempre perto e atuante na história da humanidade" – prosseguiu – e nos
acompanha também com a presença dos seus Anjos que hoje a Igreja venera como "Protetores",
"ministros da divina solicitude por todo homem". E ressaltou que "do início até a
morte, a vida humana é circundada pela incessante proteção deles":
"E os Anjos
colocam-se em torno da Augusta Rainha das Vitórias, a Bem-aventurada Virgem Maria
do Rosário, que no primeiro domingo de outubro, justamente nesta hora, do Santuário
de Pompéia e do mundo inteiro, acolhe a fervorosa Súplica a fim de que o mal seja
derrotado e se revele, plenamente, a bondade de Deus."
Logo após o Angelus,
Bento XVI recordou a Beatificação, neste domingo, de Irmã Antonia Maria Verna, celebrada
em Ivrea – situada na região italiana do Piemonte, Noroeste da Península – pelo Cardeal
Secretário de Estado, Tarcisio Bertone:
"Demos graças a Deus pela luminosa
figura da nova Beata, que viveu entre os séculos XVIII e XIX, modelo de mulher consagrada
e de educadora."
Na saudação em diversas línguas, falando em francês, de fato,
convidou os professores a transmitirem a seus alunos "o amor pelo conhecimento e pela
verdade". O saber "é importante – observou –, mas o é, ainda mais, a formação da pessoa",
a fim de que seja capaz de "encontrar a verdade" e de "livremente escolher".
O
Papa encorajou os docentes a "educarem os jovens aos valores morais e espirituais
autênticos, a fim de que os ajudem a encontrar um sentido para suas vidas".
Falando
em inglês e em polonês, saudou os participantes do II Congresso Mundial da Divina
Misericórdia, em andamento em Cracóvia. O Pontífice fez votos de que seja levada ao
mundo "a alegre mensagem de que a Misericórdia é fonte da Esperança".
O Santo
Padre concedeu a sua Bênção apostólica e concluiu desejando a todos um bom domingo.
(RL)