Santa Sé pede decisões corajosas em relação á Palestina
(28/9/2011) O secretário do Vaticano para as relações com os Estados pediu à assembleia-geral
da ONU que tome “decisões corajosas” no que diz respeito ao reconhecimento oficial
da Palestina como Estado-membro das Nações Unidas. O arcebispo Dominique Mamberti
falava esta terça-feira durante o debate geral da 66ª sessão da assembleia geral,
que decorreu em Nova Iorque, Estados Unidos da América. Para o número dois da diplomacia
da Santa Sé, os organismos das Nações Unidas devem tomar medidas que levem à “concretização
do direito dos palestinos de terem um Estado próprio, independente e soberano” e do
direito dos israelitas “à segurança”, numa solução que passa pela existência de “dois
Estados” com “fronteiras internacionalmente reconhecidas”. A Palestina apresentou
na última sexta-feira o seu pedido oficial de reconhecimento como membro de pleno
direito da ONU, que já foi encaminhado para o Conselho de Segurança, que começa hoje
a sessão formal para discutir o pedido da Autoridade Nacional Palestina. A Santa
Sé deixa votos de que seja encontrada uma “solução definitiva” para esta questão,
recordando que a resolução 181 de 1947 já apresentava a “base jurídica fundamental
para a existência” dos Estados de Israel e da Palestina. D. Dominique Mamberti
apelou a todas as partes, para que retomem as negociações “com determinação”, com
uma maior “iniciativa” e “criatividade” da comunidade internacional, de modo a alcançar
uma “paz duradoura” na região. Em Nova Iorque, o secretário do Vaticano para as
relações com os Estados apresentou ainda alertas sobre as situações de “emergência
humana”, particularmente no chamado Corno de África, a atual crise económica e financeira,
bem como sobre a “falta de respeito pela liberdade religiosa, uma ameaça para a segurança
e para a paz”. Em maio de 2009, numa visita à cidade de Belém, Cisjordânia, Bento
XVI saudou o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, afirmando: “A Santa
Sé apoia o direito do seu povo a uma Palestina soberana na terra dos vossos antepassados,
segura e em paz com os seus vizinhos, dentro de confins internacionalmente reconhecidos”. “Embora
no presente esta finalidade pareça longe de ter sido alcançada, encorajo vossa excelência
e todo o seu povo a conservar acesa a chama da esperança, esperança de que se possa
encontrar um caminho de compromisso entre as aspirações legítimas, tanto dos israelitas
como dos palestinos, à paz e à estabilidade”, disse então o atual Papa.