OS ENCONTROS DO PAPA COM HELMUT KOHL E SACERDOTE SOBREVIVENTE DE CAMPO NAZISTA
Friburgo, 25 set (RV) - Dois momentos no dia de ontem comoveram o Pontífice
de modo especial. Ambos tiveram como protagonistas pessoas idosas e com a saúde precária.
Um é um grande homem de Estado, herói e artífice da unificação alemã (1989). O outro,
um ancião ex-prisioneiro em um campo de concentração nazista, preso por ser padre
nos anos da II Guerra.
O encontro com o ex-Chanceler alemão, Helmut Kohl, estava
no coração do Pontífice há muitos anos: Bento XVI queria rever seu amigo, que governou
o país de 1982 a 1998 e foi líder do Partido da União Cristã Democrata de 1973 a 1998.
Foi
uma audiência muito íntima. O político – 81 anos, doente e em cadeira de rodas - e
sua esposa estiveram a sós com o Papa durante cerca de 20 minutos em uma sala do seminário
da Arquidiocese de Friburgo.
O encontro foi “muito pessoal, cordial e afetuoso”
– informou Pe. Lombardi, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé. “Kohl é uma pessoa
pela qual Papa Ratzinger tem uma grande admiração por tudo o que fez em sua vida;
os dois já haviam se encontrado no passado”.
Num evento que não constava na
agenda, em Erfurt, poucas horas antes de viajar para Friburgo, o Pontífice recebeu
Pe. Hermann Scheipers, 98 anos, último sacerdote sobrevivente do campo de extermínio
de Dachau.
Foram apenas alguns minutos, no final da celebração presidida na
Praça da Catedral, mas não por isso, menos significativos.
O campo de Dachau
era considerado o “campo dos padres”: entre 1933 e 1945, estiveram naquele cativeiro
2.700 sacerdotes católicos e mais de mil deles deixaram lá suas vidas. A este respeito,
o ex-prisioneiro lembrou ao Osservatore Romano que “o fato de vivermos juntos, entre
nós, padres, era um bem. Quando não estávamos exaustos, rezávamos o terço, conversar,
meditar. Encorajávamos uns aos outros. A melhor fonte para recolher forças espirituais
era a capela na qual todos os dias, antes do trabalho, por volta das 3h30 da madrugada,
podíamos celebrar a missa e no domingo, às vezes, até fazer celebrações mais longas
e belas".