2011-09-24 12:29:42

EDITORIAL: MAIS UM DEGRAU NO LONGO CAMINHO DO ECUMENISMO


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Cidade do Vaticano, 24 set (RV) – Desde a última quinta-feira o Papa Bento XVI visita a sua terra natal no âmbito da 21ª viagem internacional de seu pontificado, a de número 3 à Alemanha, com o lema “Onde estiver Deus, há futuro”. A expectativa pela viagem de Bento XVI à Alemanha esteve circundada por altos e baixos no que dizia respeito à participação dos fiéis è às propagadas contestações. Resultado: grande afeto dos alemães e pequenas contestações.
A imprensa da Alemanha sublinha nos seus editoriais dos últimos dias que a viagem do Papa Bento XVI ao país não está sendo fácil, mas que ele está encarando a ocasião com determinação e empenho. E lendo os artigos que analisam seus discursos, principalmente ao Bundestag – o Parlamento alemão – podemos notar o grande consenso ao redor das palavras do Sucessor de Pedro: unânimes afirmam, Joseph Ratzinger fez “um grande discurso” no qual sustentou que “a política precisa de mais moral”. Outros afirmam que o Papa deu uma “Benção para os verdes”, quando falou de ecologia, e outros ainda, “entre nós está um missionário da razão”.
Mas o que chama a atenção também nesta viagem é a celebração ecumênica junto com representantes da Igreja Luterana no ex-convento Agostiniano de Erfurt, local onde Martinho Lutero se formou e foi ordenado sacerdote, antes de romper com Roma. Há muita coisa que separa católicos de protestantes, mas é mais importante focar aquilo que nos une, recordou Bento XVI. Com palavras francas, e sem disfarçar tudo aquilo que separa as diferentes igrejas cristãs, o Papa elencou tudo aquilo que as une e falou da necessidade de construir o diálogo com base nessas crenças comuns para dar testemunho ao mundo. A primeira coisa e mais importante para o ecumenismo é ter em vista aquilo que temos em comum. O erro da época da reforma foi que, na sua maior parte, apenas conseguíamos ver aquilo que nos separava e não fomos capazes de nos agarrarmos ao que temos em comum”, disse o Papa. Bento XVI puxa a responsabilidade pela cisão para os dois lados. Durante a celebração ecumênica o Papa foi mais explícito ao falar do que une Católicos e Luteranos: “A unidade fundamental consiste no fato de acreditarmos em Deus, Pai onipotente, Criador do céu e da terra; de O confessarmos como Deus trinitário – Pai, Filho e Espírito Santo. A unidade suprema não é solidão, mas unidade através do amor. E como resposta às afirmações de Bento XVI a voz da Igreja Protestante: “Estamos contentes com o que já existe, mas queremos ir mais longe”, disse numa coletiva de imprensa Nicholas Schneider, presidente do Conselho da Igreja Evangélica alemã. Schneider considerou a visita e o encontro muito importantes, destacando o fato de Bento XVI ter valorizado as interrogações de Martinho Lutero sobre a misericórdia de Deus, porque isso remete para o essencial do caminho ecumênico, a fé. “Não nos reunimos para assinar um tratado bilateral mas para embarcar no mesmo percurso. Não é numa hora e meia que se ultrapassa séculos de divisão”. “Avançamos muito desde o concílio Vaticano II, mas hoje subimos um novo degrau no caminho da unidade”, afirmou.
E neste espírito o presidente do Conselho da Igreja Evangélica convidou Bento XVI a participar nas celebrações dos quinhentos anos da reforma, no ano de 2017. Como podemos notar o diálogo e o caminho ecumênico continuam. (Silvonei José)








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