DIRETO DA ALEMANHA: AS ATIVIDADES DO SEGUNDO DIA DE VIAGEM APOSTÓLICA
Erfurt,
23 set (RV) - Hoje é o ‘dia ecumênico’ da visita de Bento XVI à Alemanha: o Papa
se encontra em Erfurt, cidade de 200 mil habitantes no centro do país, conhecida por
ser o ‘berço da Reforma’.
Antes de deixar Berlim, o Pontífice recebeu uma
delegação de muçulmanos, ainda na Nunciatura. Entre 4 e 4 milhões e meio de muçulmanos
residem no país, e cerca de 70% deles são descendentes de turcos. Consequentemente
há um grande número de associações islâmicas, grande parte das quais reivindica a
construção de mesquitas em suas regiões, e naturalmente, a criação de infra-estruturas
islâmicas.
No diálogo com a comunidade muçulmana, os temas mais relevantes
são a relação entre fé e razão, o uso da violência em nome de Deus e a centralidade
do mandamento do Amor.
Depois da audiência, por volta das 10h, o Papa partiu
para Erfurt, cidade na qual Martinho Lutero se formou e deu vida às suas ideias reformistas
a partir do início do século XVI. E lá, hoje, o Pontífice visitou o Convento dos Agostinianos
onde o iniciador do Protestantismo estudou e a Catedral na qual se ordenou sacerdote,
em 1507.
Hoje, a cidade é importante pelo aspecto ecumênico e também por ter
sido, nos anos do comunismo, um ‘nicho’ católico no coração da ex-Alemanha oriental.
A etapa de Erfurt é um evento importante na visita de Bento XVI à sua pátria. Para
os evangélicos, o encontro com o Papa é a oportunidade de debater os temas e desafios
enfrentados e discutidos hoje. Unida, a Igreja quer encontrar os caminhos para levar
a fé cristã aos campos político, cultural, econômico e científico.
Com este
testemunho, a Igreja contribui na constituição de uma sociedade onde prevaleçam solidariedade
e justiça, amor ao próximo e a Deus. É neste sentido que a visita papal se insere
no compromisso da Igreja na Alemanha com a Nova Evangelização. O anseio pelo diálogo
com a sociedade, com outras confissões e religiões está inteiramente refletido no
programa desta viagem.
À tarde, o foco passa para a ‘resistência católica’
nos anos do comunismo: Bento XVI visita o Santuário de Etzelsbach, em cuja capela
os católicos iam rezar nos anos em que o ateísmo era “religião de Estado” na Alemanha.
Na esplanada do Santuário, o Papa celebra as vésperas marianas e retorna à Erfurt,
onde passa a noite no Seminário.