BENTO XVI SE ENCONTRA COM REPRESENTANTES MUÇULMANOS DA ALEMANHA
Berlim, 23
set (RV) – Atualmente a Alemanha é a pátria de cerca de 4,5 milhões de muçulmanos,
dos quais 70% de origem turca. Há também muçulmanos dos países árabes, dos Bálcãs
e do Irã. A confissão sunita é maioria entre os muçulmanos na Alemanha, representa
70% do total.
Cada vez mais, por meio de associações islâmicas, as comunidades
muçulmanas na Alemanha estruturam-se a fim de gerenciar os próprios lugares de culto,
creches e escolas islâmicas. Somente em Berlim, por exemplo, existem dez creches islâmicas
enquanto em todo o país quinze escolas islâmicas são reconhecidas pelo Estado alemão,
assim como acontece com as escolas católicas.
Dentro desse contexto, na manhã
desta sexta-feira, na sede da Nunciatura Apostólica de Berlim, Bento XVI encontrou-se
com os representantes da comunidade muçulmana.
Em seu discurso, o Papa destacou
"o clima de respeito e confiança entre a Igreja Católica e a comunidade muçulmana"
na Alemanha. Reiterou ainda a importância do encontro ter acontecido em Berlim, onde
está a Mesquita mais antiga da Alemanha e, ainda, pelo fato da capital abrigar mais
muçulmanos do que qualquer outra cidade do país.
"Desde os anos 70, a presença
de muitas famílias muçulmanas se tornou mais e mais uma marca deste país. No entanto,
é preciso um empenho continuo para um melhor conhecimento mútuo e compreensão. Isto
é essencial não só para a coexistência pacífica, mas também para a contribuição que
cada um é capaz de fornecer para a construção do bem comum dentro da mesma sociedade".
Bento
XVI abordou ainda a questão da fé muçulmana, que atribui no contexto social e pessoal
grande importância à dimensão religiosa. Segundo o Papa, "isto, às vezes, é interpretado
como uma provocação em uma sociedade que tende a marginalizar este aspecto ou, no
máximo, admitir o alcance das escolhas pessoais de cada um".
Por fim, Bento
XVI disse que "é possível uma colaboração fértil entre cristãos e muçulmanos". (RB)