Abuja, 15 set (RV) - Os bispos da Nigéria criticam o governo federal por não
ter feito progresso na luta contra a seita Boko Haram, cujas ações violentas estão
se espalhando a partir do norte para outras partes do país. No último dia 11 de setembro,
o Arcebispo de Ibadan e Presidente da Conferência Episcopal da Nigéria (CAN), Dom
Felix Alaba Job, em um discurso na Reunião Plenária dos Bispos em Abakaliki (capital
do Estado de Ebonyi), observou que o Serviço de Segurança do Estado, nos últimos cinco
anos tem acompanhado o desenvolvimento da seita Boko Haram, mas desta vez o governo
federal não tomou as medidas necessárias para enfrentá-la.
“Temos a polícia,
os militares, o Serviço de Segurança, várias organizações paramilitares, mas esse
aparato de segurança ainda não foi capaz de nos dizer quem está por trás da seita
Boko Haram e quais são seus objetivos. O sentido do nosso apelo é que as agências
de segurança devem dar respostas a todos os nigerianos”, disse à Agência Fides o Arcebispo
de Jos, Dom Ignatius Ayau Kaigama. “Precisamos entender como um grupo local, como
o Boko Haram, que até recentemente só usava arcos e flechas, agora começou a fazer
bombas”, continua Dom Kaigama. “Este é o resultado das atividades de personalidades
locais, ou há conexões internacionais? Pedimos às agências de segurança para responder
as perguntas desse tipo. Eles têm as ferramentas para nos dizer quais são os objetivos,
qual é o propósito de quem está ameaçando todo o país com a violência”.
De
acordo com algumas interpretações da imprensa internacional, o recente ataque contra
a sede da ONU em Abuja teria sido cometido ou encomendado por agentes do líder líbio
deposto Kadafi, como vingança dos bombardeios na OTAN contra seu país, que deriva
da cobertura legal da Resolução 1973 Conselho de Segurança da ONU.
Sobre isso
eis o que disse Dom Kaigama: “Eu não sou um especialista nestas questões, as perguntas
como esta quem deve responder é o serviço de segurança nigeriano. Kadafi está por
trás das bombas ou outra pessoa? Devem nos dizer, assim poderemos enfrentar o problema.
Se simplesmente se continua a especular no vazio sobre quem são os patrocinadores
dos atos terroristas, na minha opinião, nós enviamos um péssimo sinal ao país. O governo
federal deve ser capaz de reagir com pleno conhecimento dos fatos”, concluiu Dom Kaigama.
(SP)