IGREJA NA LUTA POR ELEIÇÕES PACÍFICAS NA ÁFRICA

Acra, 15 set (RV) - Realiza-se em Acra, capital de Gana, o encontro sobre "O papel da Igreja na realização de eleições pacíficas e críveis na África".

O evento é promovido pelo Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (SECAM) e pela Caritas estadunidense, Catholic Relief Services, até amanhã, sexta-feira, e conta com a participação de representantes de 27 países africanos.

O objetivo do seminário é fornecer uma oportunidade para a Igreja de partilhar experiências no campo da promoção da paz e da realização de eleições transparentes e críveis no continente africano.

"Temos de fazer com que até dezembro deste ano, a Igreja Católica possa dizer que deu uma contribuição significativa para a paz na África através de uma atuação que garanta a realização pacífica e justa de cerca de 20 eleições que se realizarão de agora em diante no continente" – frisou o Arcebispo de Acra, Dom Gabriel Charles Palmer-Buckle, em seu discurso inaugural.

O prelado frisou que a iniciativa está em linha com certas proposições da II Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, realizada no Vaticano, em 2009, que salientou a necessidade de trabalhar pela justiça, reconciliação e paz no continente africano.

O Arcebispo de Acra recordou que ao longo das últimas três décadas, o continente foi assolado por guerras civis e interétnicas violentas e prolongadas. Dom Palmer-Buckle salientou a importância do papel da Igreja no fortalecimento da cooperação em todos os níveis e na promoção do bom governo, pois a má administração é muitas vezes causa de violência e conflitos na África, durante e depois das eleições.

O prelado reiterou que a Igreja, em sua missão profética, deve continuar falando contra toda forma de ilegalidade e fraude eleitoral. "A Igreja assumiu o papel de ser a voz que se levanta em favor dos sem voz. Por esta razão, não pode dar-se ao luxo de fugir desta responsabilidade. Devemos falar e defender o que é certo e justo, mesmo com o risco de perder a própria vida", concluiu o Arcebispo de Acra. (MJ)