2011-09-15 16:22:22

Em Portugal, a Igreja propõe serviços paroquiais de ação social. Comissão Episcopal lança documento de «indicações práticas» para enfrentar a crise


(15/9/2011) Em Portugal a Comissão Episcopal de Pastoral Social (CEPS), lançou um conjunto de “indicações práticas”, apelando à criação de “serviços paroquiais de ação social” em todo o país.
“A grave crise social, que nos atinge, constitui um forte apelo: a examinar e rever os modelos de resposta às dificuldades, a introduzir ajustamentos e a proceder ao incremento de serviços de ação social em todas as comunidades cristãs”, pode ler-se.
O documento sublinha que as mais de 4300 paróquias, espalhadas por todo o país, devem “desenhar um perfil adaptado às circunstâncias para o serviço que coordene e anime a ação social no âmbito territorial correspondente”.
Entre as tarefas a realizar estão, por exemplo “recolher com discrição e precisão dados sobre a realidade” e “cooperar na procura de soluções para os problemas das pessoas que a paróquia acompanha, com as várias diligências necessárias, envolvendo outras entidades públicas e privadas”.
A CEPS considera que “a atual situação económica e social reaviva a sensibilidade cristã e abana as consciências para serem expressão coerente do amor salvífico de Deus pela humanidade”.
O documento foi lançado num momento em que decorre até quinta-feira, em Fátima, o 27.º Encontro da Pastoral Social, subordinado ao tema «Desenvolvimento local, caridade global».
“A gravíssima crise conduz as comunidades cristãs a purificar a sua missão de testemunho do Evangelho”, indica a comissão dos bispos portugueses para a área social.
O texto pede uma “intervenção sistemática junto dos centros de decisão, sempre a começar do mais próximo para o central” e deixa um conjunto de “orientações estratégicas”, que começa pela “criação, funcionamento e qualificação de um serviço paroquial de ação social, integrado por voluntários e voluntárias”.
“Não compete ao grupo de ação social ou à Caritas a posse ou gestão de equipamentos sociais, pois com vocação para essa tarefa existem Centros Sociais Paroquiais e Misericórdias, obras de Institutos religiosos, entre outras”, indicam os bispos.
A intenção destes grupos é “intervir, de modo sólido, quer junto dos centros de decisão política para requerer resoluções e formular propostas inovadoras, quer junto da opinião pública, mantendo posição de alerta, baseada na visão cristã das situações”.
A Igreja quer, assim, “proporcionar sempre as ajudas possíveis às pessoas necessitadas, de modo personalizado e visando resposta global e estruturada”.
O documento lamenta o “desequilíbrio de atenção pastoral das comunidades eclesiais, muito concentradas no culto,” afirmando que a responsabilidade pelo “serviço fraterno” é “uma dimensão e tarefa de toda a comunidade”.
“Conhecendo a tendência da grande parte das instituições de ação social existentes para atender ao primeiro objetivo de serviço às populações, deseja-se uma organicidade que não separe as dimensões ou níveis de intervenção”, acrescenta a CEPS.
Propondo como marcas da ação social católica a proximidade, universalidade, radicalidade e gradualidade, estas “indicações práticas” apelam a uma “intervenção na humanização das estruturas socioeconómicas, políticas e culturais, seguindo os princípios da dignidade transcendente da pessoa humana: bem comum, destino universal dos bens, subsidiariedade, participação e solidariedade








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