PAPA: ORAÇÃO EXPRESSA CONFIANÇA NA PRESENÇA DIVINA
Cidade
do Vaticano, 07 set (RV) - Bento XVI deixou a residência pontifícia de verão,
em Castel Gandolfo, nesta quarta-feira, para presidir a Audiência Geral na Praça São
Pedro, no Vaticano. No final da audiência, o Papa regressou a Castel Gandolfo.
Na
catequese de hoje, o Pontífice meditou alguns salmos, Livro de Oração por excelência,
retornando ao ciclo de catequeses sobre a oração, iniciado em 4 de maio passado. O
Papa chamou a atenção para o Salmo 3 que dirige a Deus uma súplica profunda de fé
e confiança. "No perigo, na amargura da incompreensão ou na ofensa, as palavras do
salmista abrem o nosso coração para a certeza consoladora da fé" – sublinhou Bento
XVI.
O Santo Padre disse que "o ser humano não está só, seus inimigos não
são invencíveis, pois o Senhor ouve o clamor dos oprimidos e responde às suas súplicas".
É necessário, porém, saber reconhecer e aceitar os seus caminhos, como fez o Rei Davi,
quando fugiu de forma humilhante de seu filho Absalão, ou como o justo perseguido
do qual nos fala o Livro da Sabedoria, ou como Jesus no Gólgota que foi humilhado
e insultado.
"A oração expressa confiança na presença divina em que o Senhor
nos doa a fé, vem ao encontro de nossa fragilidade e nos torna capazes de crer e rezar
na angústia, na noite escura, nos momentos de dúvida ou nos longos dias de dor, abandonando-nos
a Ele que é o nosso escudo e a nossa alegria" - destacou ainda o Pontífice.
A
seguir, o Papa fez um resumo, em português, de sua catequese, saudou os fiéis e peregrinos
lusófonos e concedeu a todos a sua bênção apostólica.
Queridos irmãos e
irmãs,
Na «escola da oração» que temos vivido, juntos, nestas catequeses
de quarta-feira, desejo hoje dar início à meditação sobre alguns dos cento e cinquenta
Salmos bíblicos, que formam o livro de oração por excelência. Começamos pelo Salmo
três, uma súplica cheia de confiança e consolação. No perigo, no sofrimento, na amargura,
as palavras deste Salmo abrem o coração à certeza reconfortante da fé. Quem pensava
que já estava perdido, pode levantar a cabeça, porque o Senhor o salva. A resposta
divina, que acolhe a oração, dá ao Salmista uma segurança total. O medo da morte é
vencido pela presença d’Aquele que não morre. Deus está sempre perto, mesmo nos períodos
negros da vida. Mas é preciso saber reconhecer a sua presença e aceitar os seus caminhos
como fez Jesus no Gólgota. E mesmo quando parece, aos olhos dos ímpios, que Deus não
interveio porque deixou o Filho morrer na Cruz, então é que se manifesta, para todos
os crentes, a verdadeira glória e a realização definitiva da salvação.
Amados
peregrinos de língua portuguesa, a minha saudação amiga para todos, em particular
para os fiéis de várias paróquias das cidades de Santo Amaro, São João del Rei e São
Paulo, desejando que este Salmo três vos sirva de portal na vossa peregrinação a Roma:
da infinidade de coisas – tantas vezes duras – da vida, aprendei a elevar o coração
até ao Pai do Céu, repousando no seio da sua infinita bondade, e vereis que as dores
e aflições da vida vos farão menos mal. Sobre todos, e extensiva aos familiares e
comunidades eclesiais, desça a minha Bênção Apostólica. (MJ)