2011-09-06 12:03:00

QUATRO MILHÕES PODEM MORRER DE FOME NA SOMÁLIA


Mogadíscio, 06 set (RV) - A ONU declarou ontem o estado de crise de fome em outra região da Somália, Bay, que já é a sexta área do sul do país afetada por um problema que ameaça se expandir ainda mais nos próximos meses.

De acordo com a Unidade de Análise de Nutrição e Segurança Alimentar da Somália (FSNAU), quatro milhões de pessoas estão em crise de fome no país. Destas, 750 mil correm o risco de morrer nos próximos quatro meses se não houver uma resposta adequada.

O comunicado divulgado em Nairóbi indica que dezenas de milhares de pessoas já morreram, a metade delas crianças. Além disso, aos atuais afetados pela crise alimentar na Somália podem se unir outras 50 mil pessoas das áreas agrícolas de Gedo, Juba e Hiran, no sudoeste da Somália, aponta o órgão vinculado à ONU.

A Somália é o país mais afetado pela fome e pela seca que castigam o Chifre da África, onde mais de 13 milhões de pessoas sofrem uma situação de crise humanitária, segundo números das Nações Unidas.

A FSNAU explicou que a ausência total de precipitações durante a temporada de chuvas de outubro a dezembro de 2010, somada às poucas que caíram entre abril e junho deste ano, gerou a pior colheita dos últimos 17 anos.

Outro fator agravante da crise é a presença da milícia radical islâmica Al Shabab, que controla a maior parte do sul da Somália e combate para instaurar um Estado muçulmano no país, dificultando as operações das organizações de ajuda humanitária.

A Médicos Sem Fronteiras (MSF) denunciou nesta segunda-feira em comunicado que, "apesar dos repetidos esforços e negociações", ainda não foi possível "iniciar novos projetos e desenvolver novas atividades no sul da Somália".

Segundo a ONU, o estado de crise de fome é declarado em uma região quando pelo menos 20% da população sofre com uma falta extrema de alimentos, mais de 30% sofre desnutrição aguda e a taxa de mortalidade é de mais de duas pessoas ao dia para cada 10 mil habitantes.
(CM)








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