TURQUIA EXPULSA EMBAIXADOR ISRAELENSE EM REPRESÁLIA A RELATÓRIO DA ONU
Cidade do Vaticano, 2 set (RV) – A expulsão do embaixador israelense em Ankara
foi divulgada hoje junto com o comunicado de que a Turquia também decidiu suspender
todos os acordos militares com Israel. O anúncio foi feito pelo ministro turco das
Relações Exteriores, Ahmet Davuroglu, em represália ao relatório da ONU, cuja divulgação
foi antecipada ontem pelo jornal The New York Times.
De acordo com a publicação,
Israel teria respeitado as regras do direito internacional na operação em que nove
militantes turcos pró-Palestina da flotilha humanitária para a Faixa de Gaza foram
mortos, em maio de 2010.
Este é o conflito diplomático considerado mais grave
entre Israel e Turquia desde a criação do Estado hebraico, em 1948. O presidente turco,
Abdullah Gul, disse que o relatório é uma “nulidade”. As relações diplomáticas serão
rebaixadas e os diplomatas turcos devem ser tirados do território israelense o quanto
antes.
Segundo fontes do governo, Israel deve aceitar com “reservas” o relatório
da ONU, mas não vai pedir desculpas pelas mortes, como exigia a Turquia. Israel considera
que o documento das Nações Unidas diz que o bloqueio marítimo estava dentro das normas
do direito internacional, contudo não deve aceitar o trecho do documeto que diz que
durante a abordagem ao navio turco houve “uso de força excessiva e irracional”
O
responsável pelo relatório, o ex-primeiro-ministro da Nova Zelândia, Geoffrey Palmer,
escreveu que “o bloqueio de Israel foi imposto como uma medida de segurança legítima
para impedir a entrada de armamento na Faixa de Gaza pelo mar”. Para a ONU, nesse
quadro, Israel teria respeitado as exigências do direito internacional.
Por
fim, segundo o New York Times, já que a ONU ainda não fez a publicação oficial, prevista
para esta sexta-feira, as Nações Unidas recomendam que Israel manifeste seu pesar
pelas mortes dos civis e também pague indenizações às famílias dos mortos e feridos
no ataque. (RB)