2011-08-26 16:00:20

CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU DEVE IMPOR NOVAS SANÇÕES À SÍRIA


Cidade do Vaticano, 26 ago (RV) – Já são cinco meses de protesto contra o regime de Assad e, em nenhum momento, a violência deu trégua. As operações militares estão concentradas na fronteira com o Iraque e nas últimas 24 horas pelo menos oito soldados e quatro civis foram mortos.

O Conselho de Segurança da ONU deve impor novas sanções contra vinte e duas pessoas ligadas ao regime e quatro centros de inteligência, apesar de Rússia e China terem dito não. Sobre o voto contrário, o professor de Relações Internacionais da Universidade Católica de Milão, Vittorio Parsi, diz que a decisão pesa, contudo não é a cartada final.

“A oposição de Moscou e Pequim é importante para bloquear qualquer resolução do Conselho de Segurança que produza um regime de sanções internacionais. Mas não é capaz de bloquear as determinações da União Europeia, dos Estados Unidos e dos países árabes. No meu entender, o mais importante será a posição de Israel: se Israel continuar com essa política de não dar o braço a torcer nas relações com Gaza e com a Cisjordânia, isso claramente reforça Assad, porque os árabes podem querer tudo, mas seguramente não querem presentear Israel com vantagens estratégicas.

Sobre uma possível intervenção militar internacional como a que acontece na Líbia, Vittorio Parsi é direto.

“Absolutamente não, porque a Síria é um país mais populoso, mais armado. Se houvesse uma intervenção, mesmo que somente com ataques aéreos, todos que desconfiassem de Israel, teriam razão, objetivamente. Então, isso não pode ser feito. Não se pode entrar nas dinamicas do conflito árabe-israelense, muito menos num momento como este em que não existe nenhum sinal, por parte de Israel, de revitalizar o processo de paz”.

O professor acredita ainda que todas as ações que enfraquecem o regime de Assad são positivas, como o bloqueio de bens e de vistos, contudo afirma que tudo deve ser feito esperando por movimentos inescrupolosos de Assad.

“A Síria, além de estar envolvida no conflito árabe-israelense, é também o nó da região chamada Meia-lua xiita, que compreende ainda o Irã, o Iraque e Líbano. Por isso, podemos esperar que a Síria reaja usando suas cartas no Líbano, que qualquer enfraquecimento da Síria poderia trazer maiores dificuldades ao Irã e que o Irã poderia agir, mas, antes o Líbano por meio de seus aliados do Hezbollah. Mas isso pode acontecer também em outros lugares, o que não pode acontecer é tornar-se cúmplice de quem oprime as aspirações por mudanças do povo árabe”.
(RB)







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