Apátridas são as pessoas mais marginalizadas no mundo
(26/8/2011) António Guterres, que dirige o Alto Comissariado das Nações Unidas para
os Refugiados, lembrou que os apátridas são as pessoas mais marginalizadas no mundo.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) lançou uma campanha
global para chamar à atenção para os problemas sentidos pelos 12 milhões de apátridas
existentes no mundo. Para António Guterres, que dirige o ACNUR, os cidadãos sem
nacionalidade e que não fazem parte das estatísticas dos países onde vivem, são as
pessoas mais marginalizadas do mundo e que precisam desesperadamente de ajuda. Aproveitando
os 50 anos da assinatura de uma convenção para a redução do número de apátridas, este
alto comissariado quer chamar à atenção para a falta de condições de vida destes cidadãos
do mundo, mas que não pertencem a nenhum país. Por isso, os apátridas, que são
muitas vezes um alvo fácil e foco de tensão na sociedade, não podem comprar casa,
não podem abrir conta num banco, não podem casar nem registar filhos. Segundo o
ACNUR, este problema atinge em particular o Sudeste Asiático, a Ásia Central, a Europa
de Leste e o Médio Oriente em particular por causa da mudança de fronteiras e transferência
de territórios. Para a ONU, o problema é reconhecido, mas há falta de vontade para
o resolver, uma vez que só 66 dos 193 países-membros da ONU assinaram a convenção
que estabelece os direitos básicos destes cidadãos. Por outro lado, apenas 33 assinaram
a convenção para a redução do número de apátridas.