2011-08-26 14:06:32

A TRAGÉDIA DO CHIFRE DA ÁFRICA


Roma, 26 ago (RV) - O Diretor da Caritas Somália, Dom Giorgio Bertin, recordou à comunidade internacional que a tragédia que vive a região do Sudeste da África não é somente consequência da seca, mas se deve aos problemas humanos e à situação de anarquia que atinge a região. Dom Bertin, que é Bispo de Djibuti e Administrador Apostólico de Mogadíscio (Somália), explicou em uma entrevista à Rádio Vaticano que “é preciso que a comunidade internacional não se contente em comover-se vendo a criança pobre somali reduzida à fome, mas que reflita e se faça a pergunta sobre a razão pela qual se chegou a este ponto”.

O Prelado afirmou que o fator que há 20 anos impede a estabilidade do país está radicado no fato que “os pobres se habituaram a mendigar, a pedir ajuda, e os mais preparados, em troca se habituaram a aproveitar-se deste tipo de coisas, desta falta de Estado, para levar adiante seus próprios interesses”.

O bispo sublinhou também a falta de coesão no governo do país e a debilitada vontade de dirigir a situação política, e denunciou que a pobreza na Somália “não é simplesmente uma consequência natural da seca, e sim uma consequência humana”.

Há mais de 20 anos a Somália vive em estado de guerra. Atualmente, as forças do Governo Federal de Transição apoiadas pela Missão da União Africana para a Somália (AMISOM) lutam contra o grupo armado de resistência islâmica Al-Shabaab, que impede um acesso efetivo e seguro ao país por parte das ONGs internacionais. A ausência de serviços governamentais, a insegurança e a falta de acesso a muitos lugares impedem a coleta de dados que definam realmente a situação do país, provocando o êxodo somali e milhares de refugiados nos países mais próximos. Além disso, a seca se une a esta voragem de instabilidade.

Ante a grave situação de pobreza no Chifre da África, o Papa Bento XVI fez nas semanas passadas um chamado à mobilização internacional “para enviar rapidamente ajuda a estes nossos irmãos e irmãs duramente provados, entre os quais há muitas crianças”.
“Que não falte a estas populações que sofrem nossa solidariedade e a ajuda concreta de todas as pessoas de boa vontade”, acrescentou o Santo Padre. (SP)








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