ONU ESTIMA QUE 12 MILHÕES NÃO TENHAM NENHUMA NACIONALIDADE
Nova Iorque, 25 ago (RV) - Cerca de 12 milhões de pessoas não têm a nacionalidade
de qualquer país, e como consequência, têm negados os direitos humanos, advertiram
as Nações Unidas.
Por ocasião do lançamento de uma campanha que marca as celebrações
dos 50 anos da Convenção da ONU sobre Redução de Apatridia, assinalado nesta quinta-feira,
a organização pede que mais países subscrevam as duas convenções sobre a questão.
A
extinção, pelo Brasil, do risco de apatridia entre cerca de 200 mil filhos de brasileiros
nascidos fora do país, é citada pela ONU como caso do sucesso na prevenção do problema.
A
aplicação da medida foi impulsionada pelo movimento “Brasileirinhos Apátridas”, criado
em 2007, pela comunidade de brasileiros no exterior, após ter mobilizado a sociedade
civil.
De acordo com a agência, a falta de uma nacionalidade é mais generalizada
no sudeste Asiático, Ásia Central, Europa Oriental, Médio Oriente e África.
O
alto comissário da ONU para Refugiados, Antônio Guterres, disse que as pessoas precisam
desesperadamente de ajuda por viverem num limbo legal. O problema é agravado com o
nascimento de mais filhos de pais sem nacionalidade.
Os problemas enfrentados
por apátridas, devido à falta de nacionalidade, incluem a posse de propriedade, abertura
de conta bancária, casamento legal e registo de nascimento ou de uma criança.
O
Alto Comissariado da ONU para refugiados (Acnur) aponta a falta de precisão nos números
de apátridas como preocupante, devido à existência de relatórios inconsistentes combinados
com definições diferentes de apatridia. (RB/ONU)