Bujumbura, 25 ago (RV) - Apreço pelas boas relações entre Igreja e Estado foi
expresso, em uma mensagem, pela Conferência Episcopal do Burundi (Cecab), que, no
entanto, se disse preocupada com a insegurança que se vive em diversas áreas do país.
É quanto refere o jornal vaticano L'Osservatore Romano. Nos últimos dias, o Presidente
da Conferência Episcopal, Dom Gervais Banshimiyubusa, Bispo de Ngozi, se reuniu, junto
com os demais bispos, com o chefe de Estado, Pierre Nkurunziza, ao qual apresentou
a mensagem preparada para a ocasião por Cecab. Cada bispo teve a oportunidade de intervir
para complementar ou reforçar o conteúdo do documento.
Os bispos do Burundi,
por sua vez, agradeceram ao Presidente da República pelas boas relações de cooperação
entre a Igreja e o Estado, pelas políticas desenvolvidas a fim de estabilizar a democracia,
fortalecer o processo de paz e ajudar a população a sair da pobreza. Mas os bispos
também destacaram ao Chefe de Estado as suas preocupações sobre a vida sócio-política
do país.
Em particular, as condições de insegurança que afligem algumas áreas
do Burundi, apesar de o Governo garantir que tudo está tranquilo e este comportamento,
sublinharam os bispos, pode minar o processo democrático. Outra questão levantada
pelos bispos refere-se à pobreza que atinge duramente a população. Os membros da Comissão
Cecab também falaram sobre a Comissão “Verdade e reconciliação”, cujos resultados
correm o risco de serem comprometidos pela insegurança e desconfiança que predomina
entre os políticos.
Os bispos auspiciaram um diálogo verdadeiro, inclusive
entre os vários protagonistas da vida nacional, para evitar mais violência e se disseram
prontos a continuar a dar a sua contribuição à paz e ao desenvolvimento humano e social,
através da oração pela paz, a proclamação da Palavra de Deus, os sínodos diocesanos
que envolvem os cristãos na construção de uma cultura de paz e de reconciliação, as
obras sociais, educativas e de desenvolvimento, como também o convite constante a
todos os burundineses a deixarem o caminho da violência e a aprender a resolver suas
divergências através do diálogo. Na resposta à mensagem o Presidente da República
agradeceu a Igreja Católica por sua contribuição. (SP)