(24/8/2011) A cidade de Estocolmo, na Suécia, acolhe até sábado a “Semana Mundial
da Água”, reunindo 2500 peritos de 130 países e cerca de 200 representantes de organizações
internacionais. Atualmente, 1,6 mil milhões de pessoas vivem com falta de água
e todos os anos morrem quase cinco milhões de pessoas, sobretudo crianças, por causa
das doenças associadas ao consumo de água não potável ou a carências hídricas. A
questão tem merecido várias intervenções do atual Papa e dos responsáveis do Vaticano,
destacando-se a mensagem para o dia da Santa Sé na Exposição internacional de Saragoça
(Espanha), em 2008, sobre água e desenvolvimento sustentável. Nesse texto, Bento
XVI afirma que, “a água bem essencial e indispensável que o Senhor deu ao homem para
manter e desenvolver a vida” é considerada “um bem que deve ser especialmente protegido
através de claras políticas nacionais e internacionais”. O Papa contestava “as
posições daqueles que consideram e tratam a água apenas como um bem económico”, assinalando
que “a sua utilização deve ser racional e solidária, fruto de uma sinergia equilibrada
entre o setor público e o privado”. Na Mensagem para o Dia Mundial da Paz 2010,
Bento XVI alertava para a “questão, hoje mundial, da água e ao sistema hidrológico
global, cujo ciclo se reveste de primária importância para a vida na terra, mas está
fortemente ameaçado na sua estabilidade pelas alterações climáticas”. Em 2007,
numa mensagem escrita por ocasião do Dia Mundial da Água, o Papa afirmava que “a água
é um direito inalienável", pedindo que todos possam ter acesso a ele, "em particular
quem vive em condições de pobreza". No seu pontificado, Bento XVI nomeou para a
Academia Pontifícia das Ciências um dos cientistas mundiais mais respeitados em matéria
de hidrologia e ciências ambientais, o venezuelano Ignacio Rodriguez-Iturbe, que recebeu
o Prémio Estocolmo da Água em 2002, uma espécie de “Nobel” neste campo. Em 2009,
o Vaticano marcou presença no V Fórum Mundial sobre a Água, em Istambul, com uma nota
intitulada “Água, um elemento essencial para a vida”. O documento foi preparado
pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP), defendendo o acesso universal a “uma
água limpa e a um saneamento seguro”, concentrando a sua posição no reconhecimento
do acesso à água como um direito humano. A Semana Mundial da Água tem como tema
"Respondendo às mudanças Globais: A Água num Mundo em Urbanização".