Madri,
19 ago (RV) – Madri, capital dos jovens do mundo acordou nesta sexta-feira diferente.
Após o grande abraço dos milhares de jovens que ontem circundaram Bento de XVI na
Praça de Cibeles para a Festa da Acolhida, as ruas da capital espanhola parecem ter
um visual ainda mais colorido. Os jovens não pouparam ontem à noite a voz para cantar
e demonstrar o seu afeto ao Santo Padre, para demonstrar, como ele mesmo pediu, a
sua fé em Cristo. E o Papa também não se poupou em demonstrar o seu amor pelos jovens.
O grande encontro do Pontífice com os seus jovens, o primeiro dos muitos até domingo,
marcou verdadeiramente o início da Jornada de Madri. É o sucessor de Pedro em meio
aos seus jovens, é a geração de Bento XVI que invadiu as ruas da capital espanhola
para uma aventura de fé. Madri certamente não será mais a mesma após a Jornada Mundial
da Juventude.
A Espanha esperou o Santo Padre com um grande desejo e com a
esperança de que possa ajudar também a um relançamento a nível espiritual. O país
de Miguel de Cervantes vive uma crise de valores e se espera, esse é auspício da Igreja
local, que o Papa traga a toda a nação um vento novo. Existe a expectativa, Madri
está em ebulição. Em todo o caso, os bispos espanhóis não se cansam de sublinhar a
importância espiritual das Jornadas Mundiais da Juventude. Não se trata de uma manifestação
popular, por mais interessante que seja. A Igreja insiste no aspeto espiritual.
Momentos
antes do encontro na Praça de Cibeles, 50 jovens, representando, os 5 continentes
caminharam com o Santo Padre sob os arcos da “Puerta de Alcalá”, momento altamente
simbólico, que de certo modo marcou o início oficial da Jornada Mundial da Juventude
de Madri.
A “Puerta de Alcalá”, do séc. XVIII, uma das quatro antigas “portas”
monumentais de entrada em Madri, é um dos seus símbolos turísticos e históricos. Depois
de atravessar a Porta, acompanhado pelo Arcebispo de Madri, Cardeal Rouco Varela,
e pelos jovens, Bento XVI plantou uma oliveira, gesto simbólico também este, com referência
ao tema desta JMJ, “Enraizados e alicerçados em Cristo, firmes na fé”. Depois uma
breve exibição com cavalos da “Real Escuela de Caballaria”, que fizeram evoluções
tradicionais, dois adolescentes cavaleiros lhe ofereceram como presente um quadro.
No
momento da chegada à “Puerta de Alcalá” o Papa recebeu das mãos do Prefeito de Madri,
Alberto Ruiz-Gallardón, as chaves de ouro da cidade.
No caminho que levou
o Papa até a Praça de Cibeles, a orquestra Tuna do Colégio Maior Loyola seguiu o Papa-móvel
cantando canções tradicionais, com já o fizera em outras visitas de Bento XVI à Espanha.
Destaque
para o mar de bandeiras de todos os países do mundo. Entre todas elas, a presença
maciça da bandeira do Brasil, agitada ao som do hino da Jornada. O Cardeal Rouco Varela
saudou Bento XVI em nome de todos os milhares de jovens.
Na Praça de Cibeles
cinco jovens de vários países ofereceram presentes ao Papa. Uma jovem polonesa entregou
ao Santo Padre, pão e sal; um jovem mexicano um sombreiro, que Bento XVI colocou na
cabeça; um jovem africano, cacau e banana. Duas jovens coreanas, arroz e uma jovem
japonesa, uma guirlanda.
Rezou-se pelo Papa como pastor da Igreja presente
em todo o mundo, pelos jovens presentes em Madri, e também por aqueles que ainda não
acreditam em Cristo; por todos os perseguidos por causa do Evangelho e por todos os
países do mundo.
Hoje, sexta-feira, segundo dia do Santo Padre em terra espanhola,
são muitas as atividades que aguardam o Pontífice. O Papa como primeiro ato já celebrou
de forma privada a Santa Missa na Nunciatura Apostólica. Às 10 da manhã, hora local,
Bento XVI fez uma visita de cortesia ao Rei Juan Carlos I e sua família no Palácio
de Zarzuela.
Depois o Papa se transferiu para El Escorial, cerca de 50 Km de
Madri, onde se encontrou com jovens religiosas, cerca de 1.600, pertencentes a várias
congregações, também contemplativas. Ainda nesta manhã o Encontro com os jovens docentes
universitários na Basílica de São Lourenço de El Escorial. O Pontífice retorna em
seguida a Madri onde almoça na Nunciatura Apostólica com o Cardeal Rouco Varela e
com 12 jovens de várias nacionalidades: um jovem e uma jovem representando cada continente,
mais um jovem e uma jovem de nacionalidade espanhola. O encontro deve durar uma hora.
Na
parte da tarde o encontro oficial com o Presidente do Governo na Nunciatura Apostólica,
José Luiz Rodriguez Zapatero.
Momento que encerra o dia de Bento XVI e dos
jovens, a Via Sacra pelas ruas de Madri. A Via Sacra evoca os sofrimentos de jovens
de várias partes do mundo – guerra, conflitos fratricidas, perseguições por causa
da fé, marginalização, tóxico-dependência, aborto, terrorismo, catástrofes naturais.
A Via Sacra, percorrerá o Paseo de Recoletos, desde a Praça de Colón até à
Praça de Cibeles, de onde o Papa a presidirá. Este evento contará com a presença de
15 imagens da Semana Santa espanhola, “um evento único no mundo”, como é definida
por muitos.
Entretanto, continua nesta sexta-feira o programa cultural da
JMJ que ocupa as ruas e os diversos cenários que oferece a capital espanhola. São
mais de 300 atividades relacionadas com a cultura. Museus como El Prado, Thyssen ou
o Reina Sofía são cenários de exposições e itinerários pictóricos com motivos da Jornada
Mundial da Juventude.
Hoje é o terceiro e último dia das catequeses em mais
de 200 igrejas de Madri. Bispos de todo o mundo se encontram com os jovens da Jornada
Mundial da Juventude para rezar e meditar. Nós conversamos com o Bispo de Caxias do
Maranhão, Dom Wilson Basso.
Mas vamos ouvir os protagonistas desses dias aqui
em Madri, os nossos jovens.