INSEGURANÇA AMEAÇA REFUGIADOS NOS CAMPOS DE MOGADÍSCIO
Mogadíscio, 17 ago (RV) - Em Mogadíscio, existem cerca de 200 campos de deslocados
internos que variam em capacidade, indo de dez famílias até milhares delas. Além da
fome e da falta de higiene sentidas pelas pessoas, há a ameaça ainda da insegurança.
Um dos principais problemas tem sido o saque de alimentos.
Em campos de Mogadíscio,
os campos de refugiados vão espanlhando-se um pouco por tudo, principalmente na parte
sul da cidade, no bairro de Dharkenleey. De acordo com a ONU, são aproximadamente
200 assentamentos na capital, sendo que os maiores são administrados pelo governo.
Outros menores são dirigidos por pessoas que, segundo testemunhos de moradores, apresentam-se
como pessoas de boa vontade, mas que recompensam o próprio trabalho os mantimentos
que seriam dedicados aos assentados.
O Campo de Badbaado, administrado pelo
governo, que inclui mais de 5000 famílias, está tomado por homens armados. Estupros
ocorrem à noite com uma certa freqüência, de acordo com testemunhos de pessoas que
ali vivem. Campos em torno contratam os serviços da milícia local para proteger a
entrada de ladrões ou estupradores em potencial. Há o testemunho de uma mãe de 7 filhos
que disse como ela tentou participar de uma distribuição de alimentos, mas foi repelida
por homens armados que roubaram as rações dos refugiados.
De acordo com autoridades
locais, os estupros são mentira. Para eles, que passam por ali, mas não vivem a realidade
de um assentado, "a segurança foi restaurada". Estranha essa afirmação, já que há
poucos dias, exatamente em Badbaado, saques de alimentos enviados por ajuda humanitária
terminaram em tiros e na morte de sete pessoas. (ED)