PAPA SOBRE SANTA CLARA: IGREJA DEVE MUITO A MULHERES CORAJOSAS E RICAS DE FÉ COMO
ELA
Cidade do Vaticano, 11 ago (RV) - A Igreja celebra, nesta quinta-feira, a memória
litúrgica de Santa Clara de Assis. Bento XVI, na audiência geral de 15 de setembro
do ano passado a definiu "uma das santas mais amadas": "o seu testemunho nos mostra
o quanto toda a Igreja é devedora a mulheres corajosas e ricas de fé como ela, capazes
de dar um impulso decisivo para a renovação" – afirmou.
O Papa recordou o momento
forte da conversão de Clara de Assis, ocorrida 800 anos atrás: de família nobre e
rica e destinada pelos pais a um matrimônio com um importante expoente da aristocracia,
Clara deixou tudo e foi até São Francisco, na Porciúncula.
Era a noite do Domingo
de Ramos de 1211:
"Num clima de grande comoção geral foi feito um gesto altamente
simbólico: enquanto os seus companheiros tinham em mãos tochas acesas, Francisco cortou-lhe
os cabelos e Clara vestiu um simples hábito penitencial. A partir daquele momento
tornou-se a virgem esposa de Cristo, humilde e pobre, e a Ele consagrou-se totalmente."
Clara
encontrou em Francisco não somente um mestre, mas também um amigo fraterno:
"A
amizade entre esses dois santos constitui um aspecto muito bonito e importante. De
fato, quando duas almas puras e inflamadas pelo mesmo amor por Deus se encontram,
elas adquirem da recíproca amizade um estímulo fortíssimo para percorrer o caminho
da perfeição. A amizade é um dos sentimentos humanos mais nobres e elevados que a
Graça divina purifica e transfigura."
Santa Clara viveu 40 anos no Convento
de São Damião em total pobreza fazendo os trabalhos mais humildes, não obstante fosse
a superiora. Clara manteve-se no anonimato, mas a sua luz ilumina o mundo inteiro:
"É
justamente assim, caros amigos: são os santos que mudam o mundo, para melhor, transformam-no
de modo duradouro, oferecendo as energias que somente o amor inspirado pelo Evangelho
pode suscitar. Os santos são os grandes benfeitores da humanidade!"
O Pontífice
cita as palavras de Clara a Santa Inês, filha do rei da Boêmia – região atualmente
incorporada à República Tcheca –, que segue as suas pegadas, onde fala de Cristo,
seu dileto Esposo, "com expressões nupciais que podem surpreender, mas que comovem":
"Amando-o,
sois casta, tocando-o, sois mais pura, deixando-vos possuir por Ele sois virgem. A
sua potência é mais forte, a sua generosidade é mais elevada, o seu aspecto é mais
belo, o amor é mais suave e toda graça é mais sutil. Já estais abraçado a Ele, que
ornamentou vosso peito com pedras preciosas... e vos coroou com uma coroa de ouro
inscrita com o sinal da santidade" (Primeira Carta: FF, 2862). (RL)