2011-08-07 12:09:23

Preocupado com a crescente violência na Síria e o arrastar-se de uma intervenção militar na Líbia que nada resolveu, Bento XVI pede diálogo a bem da reconciliação e da paz


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Pôr termo à violência e procurar a reconciliação e a paz através de um diálogo construtivo: esta a viva exortação do Papa relativamente à Síria e à Líbia, neste domingo ao meio-dia, em Castelgandolfo, depois da recitação do Angelus.

“Sigo com viva preocupação os dramáticos e crescentes episódios de violência na Síria, que têm provocado numerosas vítimas e graves sofrimentos. Convido os fiéis católicos a rezarem, para que o esforço a favor da reconciliação prevaleça sobre a divisão e o rancor. Renovo também às Autoridades e à população síria um premente apelo para que se restabeleça sem mais tardar a convivência pacífica e se corresponda adequadamente às legítimas aspirações dos cidadãos, no respeito pela sua dignidade e a bem da estabilidade religional.
O meu pensamento vai também à Líbia, onde a força das armas não resolveu a situação. Exorto os Organismos internacionais e todos os que têm responsabilidades políticas e militares a relançarem de modo decidido e convicto a procura de um plano de paz para o país, através de negociações e de um diálogo construtivo.”

Na alocução antes da recitação das Ave Marias, Bento XVI comentou, como habitualmente, o Evangelho deste domingo, em que Jesus se retira, de noite, para o monte, a rezar. O que (observou) “manifesta a sua intimidade com o Pai e a necessidade de rezar na solidão, ao abrigo dos tumultos do mundo”. Em todo o caso, “este afastar-se não deve ser entendido como um desinteresse para com as pessoas ou um abandono dos Apóstolos. Antes pelo contrário”, como mostra o texto evangélico. De facto, como os discípulos se encontram em perigo, na barca agitada pelas ondas tumultuosas, Jesus manifesta-se-lhes, caminhando sobre as ondas. Mas eles não O reconhecem, o que leva Jesus a tranquilizá-los, dizendo “Coragem! Sou eu, não tenhais medo!” Um episódio todo ele de grande riqueza de significado:

“O mar simboliza a vida presente e a instabilidade do mundo visível; a tempestade indica todo o tipo de tribulações, de dificuldades, que oprimem o homem. A barca, por sua vez, representa a Igreja edificada sobre Cristo e guiada pelos Apóstolos. Jesus quer educar os discípulos a suportarem com coragem as adversidades da vida, confiando em Deus, naquele que se revelou ao profeta Elias sobre o Horeb, no ‘sussurro de uma brisa ligeira’.”

Segue-se, no texto evangélico, o gesto de Pedro, que pede ao Senhor de poder ir ao encontro dele sobre as águas, mas que depois, sentindo o vento forte, fica cheio de medo e começa a afundar-se, gritando “Senhor, salva-me!. Jesus estende-lhe a mão e agarra-o com vigor.
“Pedro caminha sobre as águas não pela própria força, mas pela graça divina, em que crê, e quando se vê dominado pela dúvida, quando deixa de fixar o olhar sobre Jesus, deixando-se dominar pelo medo do vento, quando não confia plenamente na palavra do Mestre, quer dizer que se está afastando dele e é então que corre o risco de afundar-se no mar da vida.”

A concluir, introduzindo a oração mariana, o Papa convidou a dirigir o olhar à Virgem Maria: “Invoquemos a Virgem Maria, modelo de pleno abandono a Deus, para que, no meio de tantas preocupações, problemas, dificuldades que agitam o mar da nossa vida, ressoe no coração a palavra tranquilizadora de Jesus Coragem, sou eu, não tenhais medo! e assim cresça a nossa fé nele”.

A concluir este encontro dominical com os fiéis, no pátio interior da residência de Castelgandolfo, nas saudações em diversas línguas aos vários grupos presentes, Bento XVI recordou a iminente Jornada Mundial da Juventude, de Madrid, exortando a rezar por essa intenção.







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