ANGELUS: PAPA FAZ NOVO APELO PARA QUE CESSEM OS CONFLITOS NA SÍRIA
Castel Gandolfo, 07 ago (RV) – O Papa fez novo apelo, neste domingo, para que
cessem os conflitos violentos na Síria. O chamado foi durante a cerimônia da celebração
mariana do Angelus, a qual Bento XVI conduziu da residência pontifícia de Castel Gandolfo.
“Acompanho
com muita preocupação os dramáticos e crescentes episódios de violência na Síria –
disse o Pontífice -, os quais já provocaram numerosas vítimas e grandes sofrimentos.”
Em seguida, fez um convite a todos os fiéis católicos para que rezem pelo sucesso
do “esforço de reconciliação, para que prevaleça sobre a divisão e sobre o rancor”.
O Papa também fez um apelo urgente às autoridades e ao povo sírio. O Santo
Padre pediu que “se restabeleça, o quanto antes, a convivência pacífica e que se responda
adequadamente às aspirações legítimas dos cidadãos em relação ao respeito de sua dignidade,
em benefício da estabilidade da região”.
A Líbia também foi lembrada por Bento
XVI, como um exemplo de onde “a força das armas não resolveu a situação”. “Exorto
os Organismos internacionais e a todos os que têm responsabilidade política e militar
a estabelecerem um plano de paz para a Síria, através da negociação e do diálogo construtivo”,
pediu, com veemência, o Papa.
Para uma multidão de fiéis e peregrinos especialmente
animados, provenientes de diversas partes do mundo, o Papa falou também sobre o Evangelho
deste domingo, que narra a travessia dos Apóstolos pelo mar da Galileia.
O
Santo Padre narrou o episódio: “a barca já estava à muitas milhas da terra e era agitada
pelas ondas - o vento, de fato, vinha da direção contrária (v. 24), e eis que, no
final da noite, [Jesus] andou em sua direção, caminhando sobre o mar (v. 25). Os discípulos
ficaram chocados e, confundindo-o com um fantasma, gritando de medo (v. 26), não o
reconheceram, não entenderam que se tratava do Senhor”. Mas Jesus os tranqüiliza,
citou o Papa: "Coragem, sou eu, não tenhais medo" (v. 27).
Em seguida, Bento
XVI explicou essa passagem: “o mar simboliza a vida presente e a instabilidade do
mundo visível, a tempestade indica todos os tipos de tribulações, de dificuldades,
que oprimem o ser humano. A barca, porém, representa a Igreja edificada em Cristo
e guiada pelos Apóstolos. Jesus quer educar os discípulos a suportarem com coragem
as dificuldades da vida, confiando em Deus, naquele que se revelou ao profeta Elias,
no monte Horebe "no sussurro de uma brisa suave" (1 Reis 19:12).
O Pontífice
desenvolveu o episódio narrando o gesto do "apóstolo Pedro, que, tomado por uma onda
de amor pelo Mestre, pede-lhe para ir ao seu encontro, caminhando sobre as águas.
Mas, vendo que o vento estava forte, teve medo e, começando a afundar, gritou: Senhor,
salva-me." (Mt 14:30).
E aqui o Santo Padre esclareceu: “Pedro caminha sobre
as águas não pela própria força, mas pela graça divina, na qual crê, e quando é tomado
pela dúvida, quando já não fixa seu olhar em Jesus, mas tem medo do vento, quando
não confia totalmente na palavra do Mestre, quer dizer que ele está se afastando Dele,
e é então que risca afogar-se no mar da vida”.
“A experiência do profeta Elias,
que ouviu a passagem de Deus e a fé do apóstolo Pedro, nos faz entender que, o Senhor,
mesmo antes que o procuremos ou o invoquemos, é Ele próprio que vem ao nosso encontro,
abaixa o céu para tomar-nos pela mão e levar-nos à sua altura; espera somente que
confiemos plenamente Nele”, concluiu Bento XVI, que saudou a todos em diversas línguas
e concedeu sua benção apostólica. (ED)