2011-08-05 18:29:08

Santa Sé critica as hesitações da comunidade internacional na resposta à crise alimentar e humana na Somália e outras regiões do leste africano.


(5/8/2011) O presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes (CPPMI), da Santa Sé, criticou hoje as hesitações da comunidade internacional na resposta à crise alimentar e humana na Somália e outras regiões do leste africano.
Em entrevista ao jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, o arcebispo italiano D. Antonio Maria Vegliò lamenta que ninguém pareça “querer verdadeiramente tomar conta da situação” e procurar uma solução.
A fome ameaça 13 milhões de pessoas na Somália, Etiópia, Quénia, Djibouti e outros países no chamado Corno de África, afetado pelas piores secas dos últimos 60 anos.
Segundo o presidente do CPMMI, “as ajudas humanitárias acabam, muitas vezes, por cair na rede das lutas internas que ensanguentam” a Somália e “não chegam às populações em necessidade”.
Nesse sentido, o arcebispo pede “mediação internacional” e lembra que a situação era previsível, por causa da “carestia” no país.
“Estamos a agir tarde, talvez demasiado tarde, mas infelizmente isso está ligado à história complicada da Somália”, admite o membro da Cúria Romana.
No último domingo, Bento XVI alertou publicamente para a situação, afirmando que ninguém pode ficar “indiferente” perante a ameaça que paira sobre milhões de pessoas.
Perante os peregrinos reunidos em Castel Gandolfo, nos arredores de Roma, o Papa falou nos “tantos irmãos e irmãs que nestes dias, no Corno de África, sofrem as dramáticas consequências da fome, agravadas pela guerra e pela falta de instituições sólidas”.
As vítimas são na sua maior parte crianças e há duas mortes por cada dez mil pessoas, todos os dias.
A Igreja Católica, adianta o presidente do CPPMI, “está ativa para ajudar quantos têm necessidade urgente de assistência”, com uma “perspetiva de longo prazo”.
“A fase de emergência deverá continuar durante um certo tempo, dado que nos próximos meses se prevê a deterioração da situação na Somália, Quénia e Etiópia”, refere D. Antonio Maria Vegliò.
Esta crise requer a cooperação urgente da comunidade internacional, advertiu hoje, em comunicado a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
A FAO pediu ações "de forma imediata, para salvar as vidas e os meios de subsistência de milhões de camponeses e criadores de gado no Corno da África, abalado pela seca".








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