(5/8/2011) Faltam apenas 12 dias para o início das JMJ (Jornadas Mundiais da Juventude),
a 16 de Agosto, em Madrid, na Espanha. No dia 18 chegará o Papa. É grande a expectativa,
muitas as iniciativas dos jovens que se preparam para partir. E as dioceses espanholas
ultimas os preparativos para os chamados “dias nas dioceses”, de 11 a 15, período
durante o qual oferecerão hospitalidade aos jovens estrangeiros, proporcionando também
momentos de oração e de partilha. Mas a Espanha, marcada pela crise económica,
como encara este acontecimento? A colega italiana Débora Donnini lançou a pergunta
ao Núncio apostólico em Madrid, D. Renzo Fratini:
- A Espanha aguarda o Santo
Padre com um grande desejo e com a esperança de que possa ajudar também a um relançamento
a nível espiritual: vive-se uma crise de valores e creio que o Papa vai trazer a este
país um vento novo. Existe uma expectativa, toda a cidade está em ebulição. Em todo
o caso, há que sublinhar a importância espiritual destas JMJ. Não se trata de uma
manifestação popular, por muito interessante que seja. A Igreja insiste no aspeto
espiritual.
- Na sua opinião, Madrid poderá ser o lugar de onde partirá
a evangelização da Europa, e isso precisamente através dos jovens?
- Sim.
A nova evangelização será o tema do próximo Sínodo e é algo muito sentido. Creio que
é um ponto muito importante, este da nova evangelização: pede-se, hoje em dia, na
Igreja, que se parta de novo, e que se dê uma nova esperança. Os jovens sentem-se
desiludidos e têm necessidade de uma nova esperança e portanto estas Jornadas – creio
– representará um novo início. O Papa participa também no momento das confissões.
Testemunha assim que a vida cristã parte de uma renovação interior, da conversão:
retornar a Deus.
- Vive-se um momento de crise económica, caracterizado
pelo desemprego juvenil. Precisamente num momento destes o Papa convida a fundamentar
a própria vida em Cristo: o tema destas JMJ é, de facto, “Enraizados e edificados
em Cristo, firmes na fé”.
- Creio que é uma boa ocasião para reencontrar
as bases da nossa escolha fundamental, da nossa vida cristã: vivê-lo quotidianamente
nas relações com os outros e numa dimensão de solidariedade, de abertura a todo o
mundo. Há quem tenha sublinhado esta coincidência: a celebração no aeroporto “Cuatro
Vientos”, visto como lugar de encontro, onde chegarão pessoas vindas de todo o mundo,
encontrando-se com o Papa para celebrar a Eucaristia. A celebração em “Cuatro Vientos”
vai representar um momento simbólico de toda a Igreja reunida com o Papa para celebrar
Cristo, presente hoje no Sacramento eucarístico. Tudo isto será certamente importante
para a nossa vida cristã , para a vida da Igreja. Faço votos de que tudo decorra bem.
Vai ser grande a participação de jovens voluntários, numerosos: uns 20 mil em Madrid,
vindos de todo o mundo, com entusiasmo, com alegria. É de esperar que haja frutos.
Também no passado, nas outras JMJ, surgiram vocações religiosas, sacerdotais, e para
a vida contemplativa. Espera-se que também de Madrid parta uma renovação da vida religiosa,
com uma nova vaga de vocações.