CRISE ECONÔMICA ITALIANA: SOCIEDADE CIVIL PRESSIONA GOVERNO
Roma, 04 ago (RV) – Representantes da indústria, sindicatos e associações de
categoria apresentaram hoje ao premiê Silvio Berlusconi um documento com cinco reivindicações
principais para que a Itália possa sair da crise econômica.
“É preciso intervir
imediatamente com reformas fiscais, nos custos da política, de energia, dos municípios
e infra-estrutura. Depois dessas medidas rigorosas será preciso criar as condições
para o desenvolvimento”, disse o secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores,
Giovanni Centrella.
No documento, os representantes da sociedade civil advertiram
o governo: “o momento é grave e deve ser encarado com determinação máxima, sem desculpas
ou escapatórias”.
O governo fez uma contra-proposta com o pedido de que ela
seja compartilhada. A proposta destaca que o equilíbrio orçamentário e liberdade econômica
devem estar previstos na Constituição. A reforma da previdência e fiscal devem ser
promovidas e o combate à sonegação de impostos mais rigoroso. A modernização da indústria
e do mercado de trabalho será prioritária, assim como o incentivo ao capital de empresas
multinacionais. O governo propõe ainda a aceleração das obras públicas, da rede energética
e de novas redes de telecomunicações. Não descarta a privatização de serviços públicos
e a abertura à livre concorrência. Propõe a redução nos custos da política e menos
burocracia. Por fim, destaca ainda a necessidade de difundir as novas tecnologias
e o uso de fundos estruturais europeus e do sul da Itália.
O ministro da Economia
italiano, Giulio Tremonti, reiterou ainda a necessidade de mudar o sistemas de impostos.
“Não queremos renunciar à reforma fiscal. Se a reforma na previdência for adiante,
conseguiremos fazer também a fiscal”.
Com base nessas propostas, a meta do
Governo será “apresentar no mês que vem ações para cada uma dos ítens compartilhados
com os representantes da sociedade civil”.
A reação da Confederação das Industrias
italiana foi positiva. “A meta do governo vem ao encontro de algumas de nossas propostas,
esperamos que sejam debatidas com urgência”, disse Emma Marcegaglia, presidente da
Cofindustria.
“As discussões de hoje me deixam otimista sobre a vontade de
todos de arregaçar as mangas e trabalhar para unir forças com ações conjuntas para
reforçar o país”, comentou o premiê ao final do encontro. (RB)