2011-07-29 19:38:48

NORUEGA PÓS-ATAQUES: UM OUTRO PAÍS.


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Cidade do Vaticano, 29 jul (RV) - Começaram hoje na Noruega os primeros funerais das 76 vítimas da tragédia de 22 de julho. Na capital, Oslo, jovens do Partido dos Trabalhadores, alvos do atirador no acampamento na ilha de Utoya, fizeram um protesto que contou com a participação do premiê Stoltenberg e outros representantes do governo. Expectativa também em relação ao segundo interrogatório com o assassino, Andres Breivik.

O objetivo principal dos investigadores é ter certeza se ele teria agido sozinho. Apesar da espera, os debates sobre a convivência e o multiculturalismo, sobre xenofobia e temores racistas continuam fora e dentro da Noruega. Sobre a sociedade norueguesa, Helga Koinegg, do Movimento Focolarista de Oslo, concedeu entrevista à Rádio Vaticano. Ela diz que existe uma Noruega de antes dos ataques, e outra, que surgiu depois de 22 de julho.

“Aqui em Oslo existem locais muçulmanos onde, talvez, o diálogo seja mais complicado. Existem também os políticos que não são favoráveis aos estrangeiros que agora afirmaram querer mudar a própria linguagem e querer estabelecer um novo diálogo. Isso é totalmente novo. A Noruega é um país democrático, calmo: há uma convivência pacífica mas não há empenho em se conhecer o outro. Depois de 22 de julho, no entanto, surgiu uma nova irmandade entre todos: não existem mais muçulmanos ou cristãos, estrangeiros ou noruegueses. Nos transformamos todos em um único povo”.

Em busca de uma explicação, Helga diz que socidade acredita que tenha sido uma ação individual e que a dor da tragédia ajudará o país a crescer ainda mais na democracia e na abertura, como declarou o premiê Stoltenberg.

“Agora todos pensa assim. Ontem o príncipe Harald visitou uma mesquita, e isso nunca tinha acontecido antes. Ele quis ir até lá para falar com as pessoas, porque entre os jovens na ilha, também estavam muçulmanos”.

Por fim, Helga recorda a frase de um jovem, numa das manifestações para tentar superar a tragédia, que acabou virando um slogan na Noruega.

“Se um homem sozinho é capaz de odiar tanto, quanto seremos capazes de amar enquanto estivermos juntos?”. (RB)








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