Mostra sobre as «Reduções do Paraguai», integrada no programa cultural da Jornada
Mundial da Juventude evoca missionação jesuíta na América do Sul
(29/7/2011) A oferta cultural da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que decorre
em Madrid de 16 a 21 de agosto, vai contar com a exposição "As Reduções Jesuítas do
Paraguai: uma aventura fascinante que perdura com o tempo". A mostra, que pode
ser vista até 9 de setembro, centra-se nas Reduções ou Missões Guaranis, consideradas
“um momento apaixonante do impulso missionário que gerou quase 160 anos (1609-1769)
de uma fecunda evangelização”, explica o site da JMJ. A exposição sobre a ação
dos missionários jesuítas contém principalmente material fotográfico e painéis explicativos,
além de três maquetas de Reduções, assim denominadas por se tratarem de terras onde
foram confinadas populações índias antes dispersas. Os visitantes poderão observar
representações em tamanho real de portas daqueles espaços e objetos alusivos ao tema,
além de assistirem a um “vídeo explicativo que ‘aterra" as Reduções no mundo real
de 2011”. O programa da iniciativa vai também dar atenção à música, elemento integrante
do quotidiano laboral, social e espiritual das Reduções, que possuíam coro e instrumentistas. Os
índios “são músicos por natureza, como se tivessem sido criados para a música”, aprendendo
a tocar “com surpreendente facilidade qualquer tipo de instrumento, e sempre em pouquíssimo
tempo”, escreveu o jesuíta espanhol Antonio Sepp. A música índia vai ser interpretada
ao vivo pelo grupo ‘Sonidos de la Tierra’ (Sons da Terra), projeto de integração social
que possibilita o acesso à educação musical a mais de 10 mil crianças e jovens carenciados
do Paraguai e outros países. As Reduções foram inauguradas pelos franciscanos no
início do século XVI, ocupando áreas no México, Peru e Chile, mas foram os jesuítas
que as concretizaram em larga escala na bacia do rio Paraná, estendendo-as a uma região
ocupada atualmente pela Argentina, Brasil e Paraguai. Os territórios, que chegaram
a acolher mais de 100 mil índios, tinham escola e biblioteca, possibilitando a organização
autónoma das povoações em termos sociais, administrativos e económicos. Os ataques
das coroas ibéricas e as surtidas dos exploradores determinaram o fim daqueles espaços
e a morte de milhares de índios, sendo hoje possível observar vestígios das edificações
através de museus e ruínas das Reduções, quatro delas classificadas pela UNESCO como
Património da Humanidade. A exibição, que vai ser apresentada oficialmente a 15
de agosto, está patente na Residência Sagrado Coração (Padres Jesuítas, Rua Maldonado).