Kiev, 29 jul (RV) - Quando as relações entre os Estados se deterioram, é o
momento que devem tornar-se mais forte as ligações entre os povos que partilham a
mesma fé. Foi o que disse, em síntese, o Patriarca ortodoxo de Moscou e de toda a
Rússia, Kirill, à margem do encontro realizado na última terça-feira, com o Patriarca-Catholicos
da Geórgia, Ilya II, ambos em visita à capital da Ucrânia, por ocasião a recorrência
de quarta-feira última, da festa litúrgica de São Vladimir de Kiev e dos festejos
do batismo da Rússia.
O Patriarca Kirill – destaca o jornal L'Osservatore
Romano - sublinhou, de fato, como as duas comunidades ortodoxas mantenham há muito
tempo um diálogo particularmente profícuo. “Provavelmente com nenhuma outra Igreja
local ortodoxa mantemos uma tão ampla troca de delegações, a participação conjunta
em várias festas, um diálogo bilateral tão ativo como com a Igreja georgiana. E isto
apesar das complexas relações entre a Rússia e a Geórgia”.
“Há dificuldades
nas relações entre a Rússia e a Geórgia. Mas não há diferenças significativas entre
as duas Igrejas ortodoxas irmãs - disse Kirill - e esperamos sinceramente que precisamente
as duas Igrejas ortodoxas possam, como uma espécie de locomotivas espirituais, arrastarem
todos para a superação das dificuldades”. Entretanto, precisamente “se se enfraquece
a relação entre os Estados, os laços que unem as pessoas da mesma fé e os laços entre
as Igrejas devem, ao contrário, se reforçar, porque a isso nos encoraja Cristo mesmo”.
Durante o encontro as duas delegações conversaram sobre os problemas existentes
entre as duas Igrejas, particularmente sobre a situação das regiões georgianas da
Abcásia e da situação dos Tskhinvali, onde várias comunidades ortodoxas se consideram
do Patriarcado de Moscou. O Patriarca Kirill disse que a Igreja Russa reconhece o
fato de que estas regiões se encontram no território canônico da Igreja Ortodoxa da
Geórgia e que as duas Igrejas devem se comprometer a trabalhar juntos para encontrar
uma solução para a situação. Satisfação com as negociações também foi expressa pelo
Patriarca Ilya II. (SP)