Nova York, 29 jul (RV) - O governo brasileiro anunciou que enviará ao Chifre
da África, como é chamada a região no extremo leste do continente, o equivalente a
R$ 34,5 milhões em alimentos. A doação brasileira é a 10º maior da lista de 30 países.
A área está atravessando uma das piores secas de sua história, e em duas regiões do
sul da Somália, foi declarada a fome.
O transporte será feito com ajuda dos
governos dos Estados Unidos e da Espanha. Segundo o Brasil, serão enviadas 38 mil
toneladas para a Somália e 15 mil para a Etiópia e o Quênia.
O coordenador-geral
de Ações Internacionais de Combate à Fome do Itamaray, Milton Rondó Filho, falou à
Rádio ONU sobre a situação precária da Somália.
“A situação é de fome, no sul
da Somália. O número de refugiados que atravessa a fronteira da Somália em direção
ao Quênia e à Etiópia é muito grande. É fundamental que a comunidade internacional
se una. Como dizia Josué de Castro, que foi o presidente do Comitê Brasileiro da FAO
nos anos 50, a fome não é um fenômeno natural, mas sim político. Se um bilhão de pessoas
passam fome no mundo, isso não é um fenômeno natural. Nós temos condições de erradicar
a fome no mundo hoje”, afirmou.
A crise no Chifre da África levou o Alto Comissariado
da ONU para Refugiados, Acnur, a revisar, nesta quinta-feira, em mais de US$ 8,6 milhões
o apelo humanitário anunciado no início deste mês. A quantia total agora é de cerca
de US$ 145 milhões, ou mais de R$ 232 milhões.
Até agora, o Acnur distribuiu
pacotes de ajuda de emergência para mais de 100 mil pessoas no centro-sul da Somália,
onde a seca é mais severa. Mais suprimentos estão a ser distribuídos para um adicional
de 114 mil pessoas afetadas pela seca. (ONU-CM)