2011-07-28 12:05:45

ÍNDIA: MARCHA ENCERRA TRÊS DIAS DE GREVE DE FOME PELOS DIREITOS DOS DALITS


Nova Déli, 28 jul (RV) – Nesta quinta-feira, em Nova Déli, uma grande marcha em direção ao Parlamento encerra os três dias de greve de fome que mil pessoas fizeram como forma de protesto pelos direitos dos dalits na Índia. Os manifestantes pedem ao governo indiano que reconheça o direito de “casta reconhecida” aos ditos “sem casta” ou “intocáveis”.

A marcha de hoje fecha os protestos iniciados na segunda-feira e conta com a participação de bispos, líderes religiosos, fiéis cristãos e muçulmanos.

Mesmo entre os próprios dalits há discriminação. Por exemplo, a lei indiana atual reconhece direitos e facilidades em âmbito econômico, educativo e social somente aos dalits hinduístas.

Conversou com a Rádio Vaticano um dos organizadores da marcha de hoje, Pe. Cosmon Atokiaraj. Ele explicou que a caminhada partirá do centro de Nova Déli e seguirá até o Parlamento, sendo guiada pelo Arcebispo de Mumbai, Cardeal Oswald Gracias. Participarão, pelo menos, 60 bispos de Igrejas e denominações diferentes, 200 sacerdotes, 100 religiosas e mais de dez mil entre cristãos, muçulmanos e grupos de defesa dos direitos humanos.

Sobre o impacto da discriminação na vida dos cristãos e muçulmanos dalits, o sacerdote disse que tanto eles quanto os dalits hinduístas, sikh e budistas devem enfrentar a exclusão econômica, social e educativa. Todos são obrigados a conviver com a tradição de serem “intocáveis”.

Ele explicou que, na vida prática, portanto, não há diferença entre os dalits por uma questão religiosa, mesmo que o governo tenha estabelecido uma discriminação através do parágrafo 3 da lei 1950, segundo o qual nenhuma pessoa que pertença à outra religião que não o hinduísmo, sikh ou budismo possa fazer parte de uma casta reconhecida.

Quanto à dificuldade de jejuar por três dias, Pe. Cosmon disse que Jesus jejuou por 40 dias para fazer a vontade do Pai. “Enquanto discípulo de Cristo – afirmou – essa greve de fome nos dá coragem moral e energia espiritual para combater com tenacidade pelos direitos dos dalits.” (ED)








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