Seul, 28 jul (RV) - A situação na Coreia do Norte “piora de dia em dia. Sabemos
que não devemos ajudar o regime, mas como católicos e seres humanos não podemos ficar
de lado e assistir, enquanto os nossos irmãos do outro lado da fronteira morrem de
fome. Eis porque decidimos enviar 100 toneladas de farinha, que distribuiremos diretamente
nas mãos do povo”. Foi o que disse à agência AsiaNews, uma fonte católica na Coreia
do Sul para explicar o envio de um carregamento de ajuda através da fronteira.
Após
a retomada dos testes nucleares e os dois ataques contra posições sul-coreanas por
parte do regime de Pyongyang, o governo de Seul paralisou todos os programas de ajuda
à Coréia do Norte. No início do verão, no entanto, a situação piorou tanto que a "Casa
Azul" - a residência do presidente sul-coreano - tem permitido cinco organizações
não-governamentais levar ajuda alimentar.
A Caritas aproveitou a oportunidade
para enviar farinha. A carga foi recolhida pela Caritas Coréia, dirigida pelo Padre
Francisco Xavier Ahn Myeong-ok. Os fundos para a compra da farinha - entregue via
terra - foram coletados durante a “Missa pela Paz na península coreana”, a grande
função que se realizou no dia 17 de julho último em Imjingak. Os pacotes de farinha
serão entregues diretamente nas mãos dos cidadãos da província do norte de Hwang.
Padre Simeão Lee Jong-Keon, diretor executivo da Caritas Coreia, visitou a parte norte
da península, em junho passado. Segundo ele “a situação é terrível. Visitando os hospitais
da província, percebemos que não tem mais nada”. De acordo com a fonte da AsiaNews,
nem mesmo os soldados se alimentam. “E este é o último passo para o fim do regime,
mas também de muitas vidas humanas”, disse. (SP)