Caritas Portuguesa solidária com população norueguesa atingida por atentados . O
autor confesso dos mesmos, poderá ser acusado de crimes contra a humanidade"
(26/7/2011) A Caritas Portuguesa associou-se ao “dolorosíssimo sofrimento” da população
da Noruega, marcada sexta-feira por um duplo atentado que retirou a vida a 76 pessoas. Numa
carta dirigida à embaixadora norueguesa em Portugal, o presidente daquele organismo
humanitário católico manifesta a “mais veemente solidariedade aos familiares dos que
estão feridos no corpo e na alma”, e pede “ao Senhor da Paz que acolha no seu reino
os que pereceram”. Eugénio Fonseca espera ainda que “apesar da revolta e necessária
justiça humana reparadora das atrocidades cometidas”, Deus “derrame sobre os corações
de todos os noruegueses sentimentos de paz e compaixão, mesmo que [seja] compreensível
a revolta que em si possam conter”. “É com grande pesar e tristeza que a Caritas
Portuguesa se associa ao dolorosíssimo sofrimento do povo da Noruega, de modo especial,
ao dos familiares de todos os que foram vítimas de um ato de horrorosa barbaridade,
como nunca tinha acontecido desde a II Guerra Mundial”, assinala o texto. A Caritas
considera que “a Noruega é um exemplo para todo o mundo, não só de desenvolvimento
económico e social, como também de tolerância e de abertura para com diferentes visões
do mundo”. “Acreditamos, por isso, que nada poderá pôr em causa esta forma de soberania”,
conclui a mensagem de condolências à representação diplomática da Noruega. A nação
nórdica foi abalada dia 22 pela explosão de uma bomba junto à sede do Governo, em
Oslo, que causou 8 vítimas mortais. Pouco depois, seria conhecido outro ato de
violência, desta vez na ilha de Utoeya, onde 68 jovens, segundo a última contagem
das autoridades, foram mortos a tiro enquanto participavam num acampamento do Partido
Trabalhista, atualmente no poder. Em declarações à Rádio Vaticano, o bispo de Oslo,
admite que “a tragédia afetou cada um” dos habitantes da capital norueguesa, para
lá de quaisquer “diferenças políticas, religiosas ou culturais”. Domingo, Bento
XVI manifestou a sua “profunda dor” pelos atentados, classificando como “graves” os
ataques na Noruega. “Mais uma vez, infelizmente, chegam notícias de morte e de
violência. Todos sentimos uma profunda dor”, disse o Papa, em Castel Gandolfo, arredores
de Roma, onde se encontra a passar férias. -As autoridades norueguesas planeiam
invocar uma disposição do código penal, que pune os "crimes contra a humanidade" com
uma pena máxima de 30 anos de prisão, para acusar Anders Breivik, o autor confesso
dos atentados de sexta-feira. Cerca de 200 mil pessoas participaram esta segunda-feira
à noite, na "Marcha das Rosas" em Oslo, liderada pelo primeiro-ministro, Jens Stoltenberg,
e pelo príncipe herdeiro Haakon, horas depois de Breivik ter comparecido perante o
juiz, que decretou oito semanas de prisão preventiva, das quais quatro em regime de
isolamento total.