Lahore, 25 jul (RV) - A liberdade religiosa no Paquistão está condicionada
“pelas escuras sombras do extremismo islâmico”, assim como pela intolerância, a ilegalidade
e a crescente impunidade no país. É o que afirma o novo relatório “Pakistan: Religious
freedom in the shadow of extremism”, publicado pela Organização não-governamental
“Christian Solidarity Worldwide” (CSW), que monitora a condição dos cristãos no mundo,
com atenção especial aos direitos humanos e à liberdade religiosa.
Devido
à situação constatada no Paquistão, o Relatório de CSW, enviado à Agência Fides, pede
ao governo intervenções urgentes para deter as falsas acusações de blasfêmia, os discursos
que fomentam o ódio e a impunidade dos atos de violência contra minorias religiosas;
e por outro lado, convida o executivo a investir recursos e energias para melhorar
as relações inter-religiosas e promover uma reforma autêntica e global do sistema
educativo no país.
Fontes da Agência Fides dentro da Igreja paquistanesa,
comentando positivamente o Relatório, perguntam: “Que fim levou o novo Ministério
federal das relações inter-religiosas, prometido pelo Primeiro Ministro Gilani, depois
de abolir o ministério federal dedicado às minorias religiosas?. É a enésima promessa
não mantida? Um Ministério federal é útil para manter elevada a atenção sobre a discriminação
e as limitações à liberdade religiosa sofridas cotidianamente pelas comunidades cristãs
e outras minorias do Paquistão”.
O relatório de CSW recorda os homicídios
motivados pelo ódio religioso que atingira em 2011 Salmaan Taseer, Governador de Punjab,
e o católico Shahbaz Bhatti, Ministro Federal das Minorias religiosas. A violência
religiosa, observa a ONG, não poupou os santuários islâmicos sufi e o grupo dos “ahmadi”,
considerados como seita islâmica: todas as minorias anseiam por justiça e respeito
de seus direitos fundamentais.
“Permanece uma forte distância entre a política
do governo em relação às minorias religiosas e a realidade de vida destes grupos na
sociedade paquistanesa” – nota o texto, recordando também o forte impacto negativo
da chamada “lei da blasfêmia” sobre as minorias. CSW declara que continuará a solicitar
o governo e a comunidade internacional para que seja instituído rapidamente um novo
ministério federal, que zele e tutele os direitos das minorias religiosas, garantindo
o real respeito da liberdade religiosa no Paquistão. (SP)