CELEBRADAS EXÉQUIAS DO CARDEAL ŚWIĄTEK: "TESTEMUNHA DA FÉ EM MEIO A PERSEGUIÇÕES"
Minsk, 25 jul (RV) - Um "atleta de Deus" que jamais cessava de ser testemunha
do Evangelho, mesmo nas perseguições: com essas palavras, o Arcebispo de Minsk-Mohilev,
na Belarus, Tadeusz Kondrusiewicz, recordou, na manhã desta segunda-feira, o testemunho
de fé dado em sua vida pelo Cardeal Kazimierz Świątek, morto quinta-feira passada,
dia 21, aos 96 anos.
O Arcebispo Kondrusiewicz fez a homilia das exéquias,
presididas pelo Arcebispo de Cracóvia (Polônia), Cardeal Stanislaw Dziwisz. O rito
fúnebre foi celebrado na catedral da cidadezinha bielo-russa de Pinsk, onde repousarão
os restos mortais do purpurado.
Nascido na Estônia, com apenas três anos o
Cardeal Świątek fora deportado para a Sibéria com a mãe, um irmão e uma irmã. Fora
ordenado sacerdote em Pinsk, em 8 de abril de 1939 e fora encarregado de desempenhar
a função de capelão militar para o exército polonês.
Após a chegada da Armada
Russa foi encarcerado, condenado à morte e depois libertado pela população local;
sendo posteriormente novamente detido e condenado a trabalhos forçados durante dez
anos nos gulags na Sibéria, onde trabalhava nas minas e celebrava escondido a Eucaristia.
Libertado
em 1954, tornou-se pároco da catedral de Pinsk e ali – recordou o Arcebispo Kondrusiewicz
– "prosseguiu sempre o seu trabalho pastoral em meio a dificuldades e obstáculos criados
pelo regime comunista", até 1989.
Em 29 de outubro de 1990 foi recebido pelo
Papa João Paulo II, que o chamou de "homem legendário". Em 1991 nomeou-o Bispo de
Pinsk e, mais tarde, Arcebispo de Minsk-Mohilev e, em 1994, não obstante a idade avançada,
elevou-o à dignidade cardinalícia.
Foi Presidente da Conferência Episcopal
Bielo-russa, de 1999 a 2006. Em 2004 João Paulo II entregou-lhe, pessoalmente, o Prêmio
"Testemunha da fé".
O Arcebispo Kondrusiewicz exortou os fiéis a "não encerrarem
o testemunho do Cardeal Świątek num relicário de ouro", mas a olharem nos dias de
hoje para o seu exemplo, em tempos "caracterizados não por perseguições, mas por relativismo
moral e indiferença religiosa". (RL)